terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A COMPOSIÇÃO NAS ARTES VISUAIS

A COMPOSIÇÃO NAS ARTES VISUAIS


A composição é a distribuição harmoniosa de um conjunto de elementos visuais, em que o lugar ocupado pelas figuras, os espaços vazios que as rodeiam, as proporções, todos são importantes. No desenho,na pintura, na arte figurativa, na arte publicitária, na fotografia, a composição é vital. Quando harmonizamos elementos de um conjunto, estamos compondo.
        Na composição, a criatividade ocupa um lugar destacado que, unida ao conhecimento básico, permitirá a descoberta de soluções para problemas que surgem numa composição plástica. Matisse dizia que: "A disposição da minha pintura tende inteiramente para a expressão pela composição. O lugar ocupado por figuras e objetos, os espaços vazios que o cercam, as proporções, tudo tem seu papel".
        Para que possamos compor, devemos conhecer dois grupos de elementos fundamentais que permitirão criar composições agradáveis e atrativas. Esses elementos fundamentais são:ESTRUTURAIS e INTELECTUAIS.

ELEMENTOS ESTRUTURAIS
          São essenciais para uma composição, pois formam a estrutura do trabalho. Estes elementos são  LINHA,  FORMA,  TEXTURA e  COR.
LINHA: é o desdobramento do ponto em qualquer direção.
 A linha tem apenas uma dimensão: o comprimento. 
Mas se trabalharmos com ela, cruzando-a,
envolvendo–a, amarrando-a em si mesma,
 ela pode criar a ilusão
de espaço, representar volumes, dar impressão
 de profundidade, de distância, etc...



FORMA: identificamos os objetos por sua forma externa. No desenho, é através das formas ou figuras que identificamos nossas ideias procurando simplificá-la.

Forma bidimensional: tem apenas duas dimensões: comprimento e altura; desaparece a ideia de profundidade; o desenho fica como na superfície e não sugere volume.
Forma tridimensional: é a que possui volume; as formas tridimensionais existem na escultura, na arquitetura e podem ser representadas em bidimensão dando a ilusão de volume.

TEXTURA: vários materiais têm superfícies diferentes.
Pode-se perceber isso pelo tato, identificando-se a textura
tátil. Ao representarmos as texturas no desenho, usamos o
   recurso das linhas, pontos, etc..., para criar a textura visual.
                                             
COR: elemento extremamente importante no aspecto final de uma composição; harmoniza as formas tornando-as agradáveis e atrativas.
          



               
 ELEMENTOS INTELECTUAIS
         Esses elementos da composição são conhecidos através de estudo e pesquisa, usando os elementos estruturais. Os elementos intelectuais são sentidos.

EQUILÍBRIO: é a correspondência “ideal e precisa” em peso, área, tom, cor, etc., entre os vários elementos de uma composição. O equilíbrio pode ser simétrico e assimétrico:
Simétrico: as formas estão distribuídas de maneira igual de cada lado de um eixo real ou imaginário (figura a direita).






Assimétrico: o eixo real ou imaginário em relação às formas não existe, mas os elementos da composição devem equilibrar-se (figura a esquerda).









RITMO: é a repetição de elementos da composição acompanhada de partes semelhantes em sua origem e desiguais em sua função. Ritmo é ordem de espaços, de formas, de tons e de cores. O ritmo dá harmonia. 
O mais importante é sentir o ritmo.
                                                         MOVIMENTO: quando um corpo se move descreve uma trajetória no espaço. Às vezes, a força do movimento leva toda atenção a um determinado ponto, como a teia de aranha.  Ao percorremos a imagem com os olhos durante a observação seguindo uma ou várias direções (horizontal, vertical, inclinado e curva), estamos trabalhando também com o elemento básico do movimento. O movimento funciona como uma ação que se realiza através da ilusão criada pelo olho humano. Podemos observar uma imagem estática num papel e parecer que ela está se movimentando para os nossos olhos. Isso acontece devido à maneira como os elementos básicos são arranjados se combinados entre si para criar a ilusão do movimento.
                                       
UNIDADE: quando você trabalha em grupos, as ideias de uns, completando as dos outros, unem-se de tal forma que o resultado final, embora um só, é produção de muitos.

         Algo semelhante ocorre na composição visual: as partes se unificam, os elementos se combinam, de maneira a formar um todo harmonioso. Quando, no trabalho criador, uma cor não combina com as outras, é como se fosse uma nota desafinada. A forma que não tem afinidade com as outras deve sair da composição ou ser modificada até ajustar-se ao conjunto. Outras vezes falta o ritmo nas cores ou nas formas; ou, ainda, falta ligação entre os vários elementos da composição.

          Em tais casos, é necessário modificar até que se resolva o problema, conseguindo-se não apenas uma solução, mas uma solução criativa, original e harmoniosa. Dar unidade é formar conjunto. Platão disse, simplesmente, que a composição consistia em encontrar e representar: a variedade dentro da unidade.  
Na figura acima, vemos variedade e unidade.
    A unidade está nos cestos e a variedade está nas padronagens
. 
    
CONSIDERAÇÕES SOBRE A COMPOSIÇÃO
Todo o trabalho precisa ter um tema principal,
um  ponto de interesse (H),  para  o qual  os
olhos  do  espectador devem ser  imediatamente
atraídos. Nos exemplos (A,B, C, D,E) os
elementos estão  mal posicionados.  
Embora pareça lógico situar o tema  principal
no meio  do trabalho, essa  solução  costuma
criar um resultado monótono –  a não ser
que a pessoa já  possua  um senso estético
muito apurado pela experiência. 
É mais seguro situar o tema ligeiramente fora
do centro (G). Pode-se fazer composições
equilibradas, dividindo a área do quadro em
"terços” e situando os pontos de interesse
onde as linhas se cruzam. 


REGRA DOS TERÇOS
Divide-se a cena em três, na horizontal, e três, na vertical, evitando que o centro de interesse fique ao meio. As melhores imagens são aquelas em que o assunto principal não esteja no centro e sim em um dos quatro pontos de interseção. A colocação em um desses pontos vai depender do assunto e de como ele deve ser apresentado.  No caso de uma paisagem, a composição torna-se mais interessante se o horizonte estiver acima ou abaixo do meio. O horizonte não deve ficar no centro do quadro e sim na linha superior ou na inferior quando se quiser dar mais ênfase ao primeiro plano. Esta é uma regra que deve ser seguida, mas pode-se, por razões de expressão ou para isolar um objeto do todo, enquadrar de outra maneira.


O ARRANJO DOS MOTIVOS
         Ao combinar um conjunto de motivos para a elaboração de uma composição, corre-se freqüentemente o risco de agrupá-los de maneira desinteressante e monótona. Na verdade, mesmo a mais simples coleção de objetos pode causar forte impacto, se eles forem convenientemente agrupados.
         Uma primeira recomendação é situar a linha do ângulo de visão acima do centro do quadro, colocando os motivos a distâncias variáveis dessa linha. Esse tipo de organização espacial dos elementos garante um sentido de profundidade à composição e permite que os olhos do observador se movimentem em torno dos objetos. A sobreposição de motivos em alguns pontos cria espaços interessantes tanto no fundo como no primeiro plano.
         Acima de tudo, lembre-se de quebrar a linha do ângulo de visão com alguns ou com todos os objetos, para que eles não fiquem “perdidos” no primeiro plano do quadro. Os objetos são trazidos para frente, interrompendo essa linha e dando mais unidade à composição.
                          ELEMENTOS DE PROFUNDIDADE

 A profundidade é dada por perspectiva, sobreposição, diminuição, claro-escuro.  Para representar o mundo tridimensional numa superfície bidimensional – papel ou tela - é preciso usar alguns truques que dão a ilusão de volume. Além do efeito de luz e sombra, outra ferramenta importante é a perspectiva: um conjunto de regras inventadas para simular a deformação dos objetos com a distância. A cor pode ser usada para aumentar a ilusão de espaço na pintura.


















Fonte: http://lgoarte.blogspot.com.br/2012/04/composicao-plastica-composicaoplastica.html


Referências consultadas:
Proença, Graça.História da Arte.Sào Pulo:Ática,1990.

http://www.amopintar.com/aprender-online/composicao.html
http://acordagente.blogspot.com.br/http://www.flickr.com/photos/e_nigma/4422548020/
http://www.arteeeducacao.net/ritmo/rendados-02.html
http://antoniomachadoartes.blogspot.com.br/2011/03/bote-traineira-atuneira-e-barco-html-html
http://www.brunoavila.com.br/avante/backgrounds/200lindastexturasgratisparabackgrounddesites.html 

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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Elementos da Linguagem Visual

Elementos da Linguagem Visual

Ponto

• O ponto ocupa no espaço uma posição. Não tem geometricamente dimensão, área ou superfície é simplesmente invisível. Sendo o elemento visual mais simples é necessário graficamente torná-lo visível. Resulta por exemplo do primeiro contacto do lápis com o papel.


Linha

• Um ponto em movimento gera uma linha. Assim uma linha é constituída por um conjunto de pontos.

• O comprimento é a única medida que uma linha pode ter e a sua representação no espaço é infinita

• A linha é um elemento gráfico de desenho muito importante, com ela definem-se as formas e podemos exprimir a nossa imaginação e criatividade.


Plano

• O plano é caracterizado por duas dimensões: comprimento e largura. Tem uma área mas os seus limites não estão definidos, tendo todos os pontos que o constituem na mesma superfície.

• Quando fazemos uma planificação, desenhamos no plano o projeto ou o estudo de um trabalho. Diz-se bidimensional por ter só duas medidas ( comprimento e largura ).

• As formas bidimensionais podem ser: desenho, esboço, gravura, fotografia, manchas, cartaz, logotipo, etc.
 

Volume

• O volume é o espaço contido dentro de uma forma tridimensional

• É tridimensional porque a sua forma é definida pelo comprimento, largura e altura.

Textura

• A superfície de uma forma é caracterizada pela textura

• Através da visão ou do tacto, percebemos se uma superfície é quente ou fria, áspera ou macia.

• Há texturas naturais e texturas criadas pelo homem

• A natureza é rica em texturas
 

Forma e fundo

• A forma é o contorno de uma determinada figura ou objeto. O fundo é o espaço onde se colocam as figuras ou objetos.

• Do entendimento entre a diferença da forma e do fundo, nasce a compreensão da obra, se assim não fosse as imagens apareceriam confusas.


Equilíbrio

• Uma composição equilibrada, significa que há uma harmonia visual entre os elementos que a constituem. O equilíbrio pode ser obtido através da simetria ou do peso visual.


Contraste

• Contraste é a oposição entre coisas ou pessoas, uma das quais faz sobressair a outra. O contraste entre claro e escuro numa composição, usa-se para se mostrar ou evidenciar uma determinada forma.


Teoria das cores

• O arco-íris é um fenômeno da natureza que se pode observar em certas condições especiais, como chuva e sol ao mesmo tempo.

• No período que antecede a chuva ou depois, existem no ar grandes quantidades de gotas de água. A luz solar ao atravessar estas gotas sofre uma decomposição, tal como num prisma, originando luzes coloridas

• As cores são classificadas em duas categorias: cor-luz e cor-pigmento


Cor-luz

Cor-luz: na luz branca estão presentes todas as cores

• As cores primárias na cor – luz (soma de todas as cores), são diferentes na cor pigmento. O pigmento é o material que tinge uma superfície e com ele criamos uma infinidade de cores


Cor-pigmento

• Não é possível pintar com luz, isto é, com cores ópticas. Por isso os pigmentos são utilizados

• O pigmento na realidade não é uma cor, ele é o material ou a substância que tinge uma superfície com uma certa cor, e dependendo das características ou propriedades desse pigmento a sua tonalidade pode variar. Eles podem ser extraídos da natureza ou criados artificialmente em laboratório.


Cores

• Quando se divide o circulo cromático ao meio, cortando o amarelo e o violeta, percebe-se que os vermelhos e os laranjas do lado esquerdo, são cores quentes, vibrantes. Do outro lado são cores frias, os azuis e verdes, que transmitem sensação de repouso e tranqüilidade.
 


A Colagem e seus artistas

A Colagem e seus artistas

Georges Braque (1882 – 1963)
Juntamente com Picasso, Braque foi um dos criadores do cubismo, movimento estético que acompanhou a evolução do pensamento e da ciência nas primeiras décadas do século XX, caracterizando-se pela importância dada aos volumes e planos pictóricos.
Pintor francês, Georges Braque nasceu em Argenteuil, perto de Paris, em 13 de maio de 1882. Aos oito anos foi com a família para o Havre, onde seu pai trabalhou como pintor de paredes. Em Paris, a partir de 1900, travou conhecimento com artistas como Marie Laurencin, Picabia, Dufy e Othon Friesz. Começou a adquirir estilo próprio e notoriedade depois de 1908, quando, com Picasso, se pôs à frente do cubismo. Em 1914 foi convocado para a primeira guerra mundial, da qual participou até 1917, sendo gravemente ferido.
Após uma fase inicial e breve de tendência ainda impressionista, aderiu em 1906 ao fauvismo, com Friesz, e submeteu-se por algum tempo ao impacto da obra de Cézanne. Seu encontro com Picasso, em 1907, foi decisivo para que ambos formulassem um conceito novo de espaço, rompendo com os efeitos de luz dos impressionistas e com a perspectiva naturalista vigente na pintura ocidental desde o Renascimento.
Em 1911, Braque e Picasso deram início em Céret à fase do cubismo analítico dita hermética, caracterizada pela introdução, nas pinturas de ambos, de letras e símbolos tipográficos. Ainda juntos, em Sorgues, perto de Avignon, executaram em 1912 os primeiros papiers collés ou colagens, bem como telas representativas do cubismo dito sintético, com efeitos como a presença de areia ou imitações pictóricas de madeira ou mármore.
Até 1914 Braque compôs óleos com planos fortemente contrastados, em tons de cinza e ocre. Caminhou a seguir para uma maior "amplitude da cor", como ele mesmo disse, associada a um desenho menos anguloso. A sobriedade de sua gama de cinzas-esverdeados, terras, pretos e brancos, aliados a seu amor ao equilíbrio e à ordem, tipificaram, por volta de 1925, sua fase "clássica". Opondo-se ao abstracionismo geométrico, o artista passou a pintar obras-primas tipicamente  suas, naturezas-mortas com instrumentos musicais, frutas, garrafas e jarras, que tratou com infinitas variações de textura.
A partir de 1930 apresentou um grafismo mais acentuado, paleta mais rica e relevo menos evidente, embora conservasse o enfoque cubista da simultaneidade de visão. São dessa fase marinhas, naturezas-mortas e figuras humanas de duas faces.
Braque é ainda autor de gravuras, litografias em cor, esculturas em pedra e bronze, altos-relevos pintados e jóias. A partir de 1950 sua temática se enriqueceu com o motivo do pássaro em vôo. Em 1952-1953 decorou o teto da Galeria Etrusque do Louvre e em 1954 realizou vitrais para a igreja de Varengeville. Também notório é seu talento literário em Cahier de Braque (1947; Caderno de Braque), onde há aforismos espirituosos e importantes observações sobre arte. Braque morreu em Paris em 31 de agosto de 1963.

©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

 Pablo Picasso (1881 - 1973)
A monumental obra de Picasso -- que inclui desenho, pintura, gravura, escultura, colagem e cerâmica -- permanece tão viva quanto sua lenda. Durante quase oitenta de seus 91 anos de vida, Picasso dedicou-se a um trabalho que se confunde com a evolução da arte moderna e marcou a produção artística do século XX.
Pablo Ruiz y Picasso nasceu em Málaga em 25 de outubro de 1881. Iniciou-se nas artes plásticas com o pai, José Ruiz Blasco, professor de desenho. Em 1895 estudou na Escola de Belas-Artes de Barcelona e logo em seguida foi admitido na Real Academia de Belas-Artes de San Fernando, em Madri. Entre 1900 e 1904 dividiu o tempo entre Barcelona, Madri e Paris, onde acabou por se instalar no célebre ateliê conhecido como Bateau Lavoir, em que também trabalharam Juan Gris, Van Dongen e outros.
Entre 1905 e 1910, já desfrutava de prestígio em Paris, graças ao reconhecimento do poeta Guillaume Apollinaire, do marchand Henry Kahnweiler e da escritora americana Gertrude Stein, a quem retratou. Nos anos mais importantes do cubismo, de 1908 a 1914, fez amizade e colaborou estreitamente com Georges Braque. Com o amigo Jean Cocteau, viajou em 1917 para a Itália, onde fez os cenários e figurinos do balé Parade, com música de Erik Satie e coreografia de Serguei Diaghilev. Nas três primeiras décadas do século, seu talento expressou-se em quase todos os campos da arte e em numerosas fases de tendência ou estilo, cuja evolução se mostrou na grande retrospectiva apresentada em Paris em 1932.
Durante a guerra civil espanhola, apoiou a causa republicana e em 1937 pintou "Guernica", uma de suas obras-primas. Na segunda guerra mundial, presenciou a ocupação alemã retirado no trabalho de seu ateliê em Paris. Após a liberação, aderiu em 1944 ao partido comunista e criou o símbolo internacional da paz. Em 1945 uma grande exposição reuniu suas obras em Londres, ao lado das de Matisse. Na época, Picasso já era o artista mais prestigiado do mundo e de maior influência entre seus contemporâneos. Em 1958 pintou o grande painel mural para a sede da UNESCO, em Paris. A partir de 1959 viveu em Cannes e em Aix-en-Provence com sua quinta mulher, Jacqueline Roque, com quem se casou em 1961. Antes disso se casara, em 1918, com Olga Kokhlova (com quem teve um filho, Paulo), em 1931 com Marie-Thérèse Walter (com quem teve uma filha, Maya), em 1936 com Dora Maar e em 1943 com Françoise Gilot (com quem teve dois filhos, Claude e Paloma).
Evolução da obra. A obra de Picasso se caracteriza precisamente pelo intenso dinamismo das mudanças de estilo e da busca incessante de novas formas e soluções. São traços comuns, no entanto, de todas as fases e experiências o domínio pleno -- ou virtuosístico -- de todas as técnicas e materiais; o humor sarcástico, voltado sempre para a deformação e a caricatura; e o próprio gosto de transformar as coisas, como a si mesmo. Picasso é antes de tudo o gênio das metamorfoses, virtuose e comediante permeável às inquietações do momento, sem romper nunca a espinha dorsal de seu individualismo.
O trabalho de Picasso compreende quase todos os campos das artes plásticas, mas foi principalmente a pintura que o tornou célebre. Sua obra inicial, produzida entre 1894 e 1899, é realista. Com as primeiras visitas do pintor a Paris, assimila influências de Toulouse-Lautrec e outros. Sucedem-se, de 1900 a 1906, os períodos conhecidos como "fase azul" e "fase rosa", com várias obras-primas de tendência maneirista e preocupações sociais. São, no primeiro caso, personagens da burguesia ou do submundo e, no segundo, artistas de circo como em "Família de saltimbancos", de 1905.
Em 1907 "Les Demoiselles d'Avignon" inicia um novo caminho em que já se esboça o cubismo, enquanto, paralelamente, a escultura africana influencia a contínua pesquisa das deformações expressivas. Entre 1910 e 1912, as representações do "cubismo analítico" atingem o máximo da abstração picassiana. Suas colagens, em 1913, incorporam materiais até então estranhos ao quadro, como em "Violino, garrafa, copo", e aos poucos surge o "cubismo sintético", policromático.
A experimentação cubista desenvolve-se até o final da década de 1920, mas já estilizada, como em "Três máscaras de músico", de 1921, ou em "Compoteira e violão", de 1924. Em seguida Picasso realiza uma pintura semi-abstrata, como em "O pintor e seu modelo", de 1927. A partir de 1930, após um cubismo já quase decorativo e um estágio neoclassicista, seus quadros apresentam formas de ritmo forte, às vezes espasmódico, que prenuncia a explosão dramática de 1937 com "Guernica", grande composição em preto e branco com imagens convulsas e estilhaçadas que denunciam o bombardeio da cidade espanhola de Guernica pela força aérea alemã.
As fases seguintes são de tendências diversas, que incluem reiterações do cubismo, distorções figurativas entre o cubismo e o expressionismo como em "Mulher sentada", de 1942 e, em tudo, um vigoroso repúdio à guerra e à violência, como na tela "O ossuário", de 1944-1948, ou nos murais para a capela de Vallauris, "Guerra" e "Paz", de 1952.
Outras artes. Ainda que mais celebrado como pintor, Picasso realizou imensa obra como desenhista, escultor, gravador e ceramista. Seu desenho e gravura não ficam longe da criação pictórica. Há os desenhos inteiramente acabados ou de puro esquematismo. Na série "O touro", entre 1945 e 1946, disseca a imagem realista do animal até seu esqueleto estritamente linear, e nos bicos-de-pena sobre Dom Quixote encontra a essencialidade da sugestão e do movimento. A liberdade de imaginação e de humor -- ora malicioso, ora grotesco -- explora desde a mitologia clássica a pequenos flagrantes do cotidiano.
A consciência política também tem seu lugar nessa arte meticulosa que, depois da genial "Minotauromachie" (1935), articulou a série "Sonho e mentira de Franco", de 1937. A partir de então, registraram-se constantes convites à ilustração de livros, aos quais o mestre acedeu com a mesma agudeza e vitalidade, como nas águas-fortes para novas edições de Le Chef-d'oeuvre inconnu (A obra-prima desconhecida) de Balzac, em 1927, das Metamorfoses de Ovídio, em 1930, e da Histoire naturelle, générale et particulière (História natural, geral e particular), de Buffon, em 1942.
Na escultura picassiana, são determinantes as influências da arte primitiva -- africana e pré-colombiana -- e do estilo clássico. As soluções são às vezes de cunho construtivista e às vezes de um envolvente expressionismo figurativo, como em "A cabra", de 1950. Na cerâmica, o artista mostra essa mesma oscilação entre modelos gregos e fontes primitivas. De versatilidade inesgotável, a obra de Picasso oferece o panorama vertiginoso de uma permanente movimentação. Sua unidade, porém, foi solidamente construída sobre constantes quase inalteráveis, em que sobressai a liberdade formal. Seu testemunho é o da definitiva libertação da forma na criação artística. Picasso morreu em Mougins, perto de Cannes, em 8 de abril de 1973.

©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

 Juan Gris (1887 - 1927)
A obra de Juan Gris, para quem a pintura era arquitetura plana colorida, constitui uma das manifestações mais puras e radicais do movimento cubista. Pioneiro do cubismo sintético, Gris imprimiu sua marca à arte de vanguarda na França depois da primeira guerra mundial.
José Victoriano González, conhecido como Juan Gris, nasceu em Madri em 23 de março de 1887. Estudou engenharia, mas logo passou a dedicar-se à arte. Em 1906 mudou-se para Paris e fez ilustrações para jornais no estilo curvilíneo característico do art nouveau. Residiu em Montmartre, no mítico edifício Bateau-Lavoir, onde o compatriota Pablo Picasso também tinha seu ateliê. Acompanhou, assim, a evolução do cubismo e, em 1912, pintou seu primeiro quadro no novo estilo, "Homenagem a Picasso", com formas geométricas e composição diagonal.
Gris passou uma breve temporada em Céret, próximo aos Pireneus, e pintou paisagens, como em "Casas de Céret", com cores vivas e predomínio de linhas retas. Em 1914 introduziu em sua obra os papiers collés, que pressupunham a utilização ou imitação de materiais não pictóricos, como jornais e madeiras. Utilizou essa técnica no quadro "O violão", exemplo do que se denominou cubismo sintético.
A grandeza da obra de Gris reside na habilidade de equilibrar o trabalho intelectual e matemático com a intuição e a sensibilidade. Sua versão do cubismo é menos espontânea e instintiva que a de Georges Braque e Picasso, porém mais rigorosa e clássica. Por ser mais teórico, Gris pôde sistematizar as descobertas intuitivas dos colegas cubistas e, desse modo, contribuir para a difusão desse estilo.
Entre 1915 e 1919 realizou a parte mais importante  de sua obra, que se caracterizou pelo equilíbrio entre a reflexão teórica e o austero lirismo, reforçado pelo emprego de cores apagadas. Em 1920 iniciou uma fase classicista, ao mesmo tempo em que notou os primeiros efeitos da asma que o afligiria pelo resto de seus dias. Trocou Paris por Boulogne e colaborou com cenários e figurinos para os balés russos de Sergei Diaghilev. Nesses anos pintou diferentes pierrôs e arlequins, tratados com cores frias, linhas curvas e formas planas.
A doença de Gris se agravou e, embora ele tenha se transferido para Hyères em busca de recuperação, morreu em 11 de maio de 1927 em Boulogne-sur-Seine, França. Suas últimas obras, entre elas "A mulher do cesto" e naturezas-mortas como "Violão e fruteiro", têm estrutura muito equilibrada.

©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
  
Albert Gleizes (1881 - 1953),
1881 - Saint-Rémy-de-Provence, França
1953 - Paris, França
Albert Gleizes é um artista das Vanguardas Européias interessado na união entre arte e religião. Trabalhou como pintor e ativo intelectual. Foi o teórico doCubismo.
            Nascido em Paris, foi iniciado nas artes por seu pai, um bem-sucedido designerindustrial. Depois de trabalhar como designer, Gleizes começou a pintar seriamente enquanto servia o exército no norte da França. Seus primeiros trabalhos retratavam temas sociais ou misteriosas cenas noturnas, de maneira impressionista; sua técnica o aproximava do pontilhismo, tornando sua pintura mais forte com ritmos estruturais pronunciados. Entre 1909 e 1910, conheceu Robert Delaunay, Jean Metzinger, Pablo Picasso, entre outros artistas. Foi um dos organizadores do salão do manifesto Section d'Or. No mesmo ano, 1912, publicou, juntamente com Metzinger, o livro Do Cubismo. Diferentemente do grupo doBateau Lavoir, enfatizava o problema do movimento na forma plástica, muito se aproximando do Futurismo.
A partir de 1914, sua obra foi se tornando cada vez menos figurativa; e, em 1915, fez seus primeiros trabalhos influenciados pelo Abstracionismo.
            Iniciou a formação de um grupo de artistas em Moly-Sabata, próximo a Viena e, em 1939, tornou-se o centro de outro grupo de pintores, quando se estabeleceu em Saint-Rémy-de-Provence.
Em 1941, retornou para o catolicismo romano e, em 1950, participou de uma exibição de arte sacra no Vaticano. Participou da I Bienal de São Paulo, em 1951, e uma grande retrospectiva de seu trabalho foi exibida no museu de Guggenheim, Nova Iorque, em 1964.
A temática de sua pintura, a partir do princípio da década de vinte até a época de suas últimas produções artísticas, teve uma preocupação com os problemas metafísicos e sociais. A preocupação com a simplificação da cor e da forma levou-o naturalmente a aproximar-se do Cubismo.


 Louis Marcoussis (1883 - 1941)
1878/1883-1941
Nacionalidade: Francesa
Pintor polonês-francês e etcher. Originalmente, ele foi chamado Louis Markus, seu nome adotado, sugerido pelo * Apollinaire, veio da aldeia de Marcoussis, perto de Paris. Ele nasceu em Varsóvia em uma família judia culta que havia se convertido ao catolicismo, estudou na Academia de Cracóvia 1901-1903, em seguida, mudou-se para Paris.Durante a Primeira Guerra Mundial, ele serviu com distinção no exército francês e foi-lhe concedida a nacionalidade francesa em função disso. Suas primeiras pinturas foram * impressionista em estilo e em 1907-10, ele ganhava a vida como cartunista, mas em 1910 ele conheceu Apollinaire, Braque * e * Picasso e se juntou ao grupo * cubista. Ele permaneceu fiel ao cubismo para o resto de sua carreira e é considerado um dos menores mestres mais atraentes do movimento, combinando a clareza e simplicidade da estrutura com delicadeza de manuseio. Ele ilustrou vários livros, incluindo dois pelo romeno-francês poeta Tristan Tzara, um dos fundadores da * Dada.
A esposa de Marcoussis, com quem se casou em 1913, foi o pintor checo Alicia Halicka (1895-1975).


Sonia Delaunay-Terk (1885 - 1979)
Gradižsk 1885 -
Paris 1979
Sonia Delaunay-Terk, nome de solteira Stern, nasceu em Gradižsk na Ucrânia em 1885. Ela descobriu sua vocação para a arte em tenra idade e estudou desenho na Akademie der Künste Bildenden em Karlsruhe entre 1903 e 1905. Em seguida, ela se mudou para Paris. Durante seus estudos lá na Académie de la Palette ela fez obras que são claramente influenciados por Paul Gauguin, Vincent van Gogh e os fauvistas. Seu casamento com Robert Delaunay, um artista ambicioso do Parisian Avant-garde, foi determinada por uma inspiração mútua às composições coloridas. Ambos os artistas intensivamente tratadas com a representação da luz e movimento e encontrou uma nova forma de expressão artística sobre a base de um contraste simultâneo.Pinturas de Sonia Delaunay foram precedidos por inúmeros estudos de cores, que lidou com o problema de luz, cor e movimento. Sua pintura 'Bullier Bal' de 1913 transferida a imagem de movimentos de dança rítmicos em formas circulares, os quais foram misturados no centro da pintura com cores puras. A transferência deste objetivo artístico a cada dia de vida, a partir de design de moda, decoração de design do livro fez o artista um dos membros mais importantes do movimento Art-Déco. Em 1913, foram executados os primeiros 'vestidos' simultâneas chamada, que inspirou as poeta Blaise Cendrars ao seu poema "Sur la robe elle um corpo un '. Depois de passar algum tempo em Portugal, em 1914, Delaunay e sua família viviam em Madrid.Aqui ela conheceu Sergei Diaghilew (1872-1929), para quem "Ballets Russes", ela desenhou os figurinos e cenografia. Ela voltou para Paris após o fim da Primeira Guerra Mundial, onde fez os cenários para peças de teatro e filmes dadaístas. A decoração de um pavilhão na Exposição Mundial, em 1937, foi um dos destaques na carreira artística conjunta do casal. Sonia Delaunay recebeu a medalha de ouro para seu fresco 'Portugal' no "Pavillon des Chemins de Fer. Após a segunda guerra mundial. ela participou cada vez mais à pintura e pintada durante um período intensivo e poderosa de criatividade "Rhythme 'a grande série", Rhythme coloré' e 'rhythmes-couleurs'. Sonia Delaunay morreu em Paris em 1979.


 André Derain (1880 - 1954)
 (Chatou, 1880 - Garches, 1954) francos Artista.Depois de terminar o colegial, começou a pintar por volta de 1895 e visitar regularmente o Louvre.Em 1898 e 1899 frequentou a Academia de Camillo, em Paris, onde conheceu Marquet Matisse e Rouault YMS tarde, passou algum tempo em Bretaay está interessado no trabalho de Pont-Aven.Em 1900, Vlaminck atende, com quem dividiu um estúdio e que compartilham uma grande amizade, suas primeiras pinturas são de paisagens Chatou.Em 1902, Vlamink, ver as obras de Van Gogh em exposição na Galeria Bernheim-Jeune e estudos aprofundados dos museus de arte.Leia muitos romances realistas e Nietzsche e impressioná-lo e Toulusse Czanne-Lautrec, cujo trabalho está no Salon des Indépendants.
Em 1903 ele pintou a Dança Suresmes e em 1904 faz parte da Academia Julian, pintou paisagens e naturezas-mortas.Deste pouco está interessado na arte negra e atender Apollinaire.As paisagens de 1905-1907 estn PERÍODO pintadas em cores vivas, aplicada rapidamente, composições espontneas, como Westminster Bridge, nestes anos deixa a discórdia e adotar uma nova concepção de luz em negar as sombras.
Em 1905, o comerciante, Vollard, que compra toda a sua produção, e apresenta no Salão de Otoo, juntamente com a Matisse, Vlamink, Marquet e Rouault.Louis Vauxcelles primeiro usou os termos fauve em uma crítica a este grupo.Em 1906 apareceu o primeiro nu feminino em sua obra, viaja para Londres e começou a pintar a sua série de tmesis.Fauve é a primeira vez usando a arte etnográfica como uma fonte de inspiração, que vem a ter uma grande coleção.Seu fauvismo passa por muitas mudanças, a partir de pontilhismo a pincelada livre, mas mais característicos são obras como a Ponte de Londres (1906), pintado em grandes áreas de cores vivas, com perspectiva distorcida, os edifícios de corte contra o céu de contrastes de cor verde e azul e massas de cor definir a profundidade
Em Paris, alugou um estúdio em Montmartre e se relaciona com o grupo de Bateau-Lavoir, que é influenciado por Picasso e Braque, embora nunca fiz pintura cubista.No ano seguinte fez suas primeiras esculturas, inspirado pelo seu interesse no início da escultura, são esculturas de pedra representando figuras rígidas.Participar em todas as salas de Paris até 1909, ano em que os estados com Braque e Van Dongen na cozinha Kahnweiler.A partir de 1911, a distância entre os cubistas e da influência dos primeiros italianos e franceses, começou o que tem sido chamado de seu período gótico
Em 1912, no Stedelijk Museum em Amesterdão e é cometido exclusivamente a Kahnweiler.Exposição no Armory Show, em Nova York em 1913 e em Moscou e Praga, Berlim.Nesses anos, suas pinturas são uma mistura de cubismo e estilos neoclássico, feita de pedra trabalhada ymscaras influenciado pela arte primitiva, que segue um rumo diferente na sua pintura.Sua primeira exposição individual na Galeria Paul Guillaume de Paris em 1918.
Em 1928 recebeu o primeiro prémio na exposição internacional de Carnegie, em Pittsburgh e em 1930 fez sua primeira exposição individual na galeria Knoedler em Nova York a partir de agora consagrado nos Estados Unidos, onde há numerosas exposições.Também é um ilustrador prolífico de obras literárias em períodos de guerras.Seu interesse pela pintura clássica, assume a sua segunda fase de retorno às fontes de Czanne, Poussin e Chardin, deixando a atitude experimental que caracterizou o seu trabalho de feijão primeiros anos.


 Robert Delaunay (1885 - 1941)
O artista nasceu em Paris mas morreu em Montpellier; durante dezessete anos Delaunay trabalhou em ateliê de pintura decorativa. O artista começou a pintar nas férias, sob a influência de Paul Gauguin (1848-1903), e da Escola de Pont-Aven (1888-1889). Delaunay visitou o ateliê de Wassily Kandinsky (1866-1944) na companhia de seu amigo Guillaume Apolinaire (1880-1918), em Munique, As pinturas de Delaunay, entre obras de outros artistas das vanguardas francesas, participaram da segunda mostra do Grupo do Cavaleiro Azul [Der Blaue Reiter] (1912; v.). Delaunay se casou com a artista que nasceu na Ucrânia, quando este território pertencia à Rússia, Sonia Terk, que viajou para Paris na companhia do negociante de quadros Wilhem Uhde.
            O casal Delaunay passou prolongada temporada vivendo em Barcelona, onde recebeu as vanguardas do Grupo (Espanhol) do Ultraísmo. O casal voltou a viver em Paris (1919-). Na cidade-luz os Delaunay se tornaram locomotiva das vanguardas francesas, organizando encontros na sua residência em homenagem a intelectuais como Guillaume Apollinaire, Pierre Soupault, André Breton, Louis Aragon, Tristan Tzara, Blaise Cendrars e Jean Metzinger, entre outros. Delaunay pintou o retrato de vários artistas e escritores de vanguarda.
            As pinturas do artista foram inicialmente associadas ao Cubismo, poisDelaunay participou das mostras coletivas do Grupo do Cubismo da Seção de Ouro [Section D'Or], que inaugurou a primeira mostra com a publicação do único número da revista homônima, na Galeria La Boetie(1911). Robert Delaunay liderou o Grupo do Orfismo, denominação recebida de G. Apollinaire, nome inspirado no culto prestado a Orfeu. Quando Appolinaire rompeu seu romance com Marie Laurencin por pressões familiares, ele passou temporada abrigado pelo casal Delaunay no ateliê da rua des Grands Augustins (1912).
            A pintura de Delaunay, Janelas simultâneas, participou de mostra noSalão dos Independentes (20 mar., 1912). Apollinaire publicou o primeiro texto importante de autoria de R. Delaunay, Realité peinture pure, na revista que ele editou, Les Soirées de Paris [As Noites de Paris] (dez., 1912). Delaunay expôs pinturas na mostra individual naGaleria da Tempestade [DerSturm] (jan., 1913), sendo o texto de apresentação do convite escrito por G. Apollinaire. No mesmo ano Delaunay expôs A Equipe de Cardiff [L'equipe de Cardiff] (1912-1913, MNAM, Paris) no Salão dos Artistas Independentes (1913).
            As composições Cubistas de Delaunay evidenciavam curioso desenvolvimento espacial, pois o pintor utilizou vários elementos arquitetônicos e decorativos como janelas, gradis, parapeitos e cortinas, que deixavam entrever partes da paisagem, quase sempre com símbolos parisienses como a Torre Eiffel, como que vistas da janela, mas com originais distorções e encadeamentos. Delaunay acrescentou toda a dinâmica das cores decompostas nas suas pinturas, depois que estudou o efeito da luz sobre a decomposição prismática das cores de acordo com a teoria de Eugène Chevreuil, publicadas no livro Lei dos Contrastes Simultâneos de Cores (Paris, 1838). Delaunay chegou, de forma original à Abstração pura, na série de obras intitulada Discos simultâneos eRitmos Circulares.
            Delaunay produziu grandes murais abstratos, muito coloridos (1930-): ele participou com imenso sucesso das Exposições Universais (Paris, 1925;1937). onde montou grandes estruturas espaciais. Na primeira metade do século XX, Delaunay foi um dos artistas franceses de vanguarda mais ativos e apreciados: ele morreu depois de período de exílio na Suíca, país onde ele e sua esposa Sonia se abrigaram para escaparem da II GM. A fotografia da obra precurssora de Robert Delaunay, o primeiro Disco (1912) e as suas Formas Circulares Sol – Lua[Formes Circulaires Soleil - Lune] (1912-1913), bem como sua fotografia no seu ateliê se encontram reproduzidas (RAGON, 1992).


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

ARGAN, G. C.; VINCA-MASSINI, L. (Biogr.). Arte Moderna. Tradução de Denise Bottman e Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. 709p., p. 660.
DICIONÁRIO. SEUPHOR, M. Dictionaire de la peinture abstraite: precédé d´une histoire de la peinture. Paris: Fernand Hazam, 1957. 305p.: il., pp. 156-158.
LÉVÊQUE, J-J. Le triomphe de l'art moderne: les Anées Folles. Paris: A. C. R. Éd.Internationalles, 1992. 624p.: il., retrs.,


Jacques Lipchitz (1891 - 1973)
Druskieniki / Litauen 1891 -
Capri 1973
Chaim Jakob Lipchitz nasceu em 22 de agosto de 1891 como filho de pais franco-americanas em Druskieniki, Lituânia. Em 1909 ele foi para Paris, onde ele começou a chamar-se Jacques e se matriculou na "École des Beaux-Arts" e "Académie Julian".Seus contatos com Archipenko, Picasso e os círculos cubistas tiveram uma influência considerável sobre o seu trabalho.
Em 1913, ele produziu suas primeiras esculturas cubistas. Em 1920 ele teve sua primeira exposição individual na Galeria de Paris "Léonce Rosenberg". Dois anos depois, Jacques Lipchitz se juntou ao grupo "Esprit Nouveau".
Entre 1915 e 1925, o artista criou esculturas cubistas, trabalhou em pedra, cujas figuras e cabeças são reduzidos a bloquear-como formas e são, em parte colorida. Em 1925, o artista iniciou uma série de scupltures "transparentes" permeados por um espaço criado no processo de cire-perdu, com a qual ele se afastou da linguagem formal cubista.
Estruturas angulares deram lugar a um estilo escultural sem restrições, que se expressa no uso livre das formas naturais que se tornaram cada vez mais orgânica. Em 1930, a primeira retrospectiva acontece na "Galerie de la Renaissance" em Paris, seguido da primeira grande exposição na "Galeria Brummer" em Nova York em 1935.
Lipchitz completou o seu "Prometheus" para a Exposição Mundial de Paris 1937 e foi premiado com um medel ouro para a escultura. Quando as tropas alemãs ocuparam Paris em 1940, Lipchitz fugiu para Toulouse, de onde ele logo deixou a França para o bem e foi para os EUA, onde se estabeleceu em Nova York.
Em Nova York, seu trabalho foi logo regularmente mostrado na "Galeria Buchholz", que mais tarde tornou-se "Curt Valentin Galeria". Em 1947 mudou-se para Lipchitz Hastings-on-Hudson, no estado de Nova Iorque.
Apartir da década de 1950, o trabalho de Lipchitz foi agraciado com inúmeras exposições e prêmios, como retrospectivas em Nova York e Minneapolis, em 1954. Lipchitz participou na "documenta" de Kassel duas vezes (em 1959 e 1964). A partir de 1962 Lipchitz recebeu inúmeras encomendas públicas importantes, tanto em os EUA e Israel, incluindo "Peace on Earth", a cerca de 15 metros de alta escultura de bronze que foi revelado em Los Angeles, em 1969.
Jacques Lipchitz morreu em Capri em 16 de maio de 1973. Ele foi enterrado em Jerusalém. Sua segunda esposa, de Berlim escultor Y. Halberstadt, completou a escultura colossal "Nossa Árvore da Vida", que tinha sido encomendado para o Monte Scopus, em Israel, e configurá-lo na mais alta colina de Jerusalém.


Giacomo Balla (1871 ou 1874 - 1958)
1871-1958
Nacionalidade: italiana
(B Turim, 18 julho de 1871, d Roma, 01 de março de 1958). Pintor e escultor italiano, ativo principalmente em Roma, um dos principais artistas futuristas. A partir de uma visita a Paris em 1900-1 Balla trouxe de volta para a Itália um sentimento de divisionismo e de cor e luz que ele passou para Boccioni e Severini. Seus primeiros trabalhos incluíram paisagens e retratos, mas depois da virada do século, ele se tornou cada vez mais interessado em retratar os aspectos da vida moderna industrializada. Em 1910, ele se juntou aos futuristas e logo tornou-se preocupado com o seu objectivo característica de retratar o movimento. Ao contrário dos outros futuristas, no entanto, Balla não estava interessado em máquinas e violência e suas pinturas tendem para o lírico eo espirituoso, como no Dinamismo deliciosa de um cão em uma trela (1912, Albright-Knox AG, Buffalo), no qual as múltiplas impressões de patas e cauda do cão transmitir movimento de uma forma que mais tarde tornou-se uma convenção de desenho animado.
Em 1913-1916, ele foi além dos princípios dos manifestos futuristas, pintar quadros que abordam pura abstração, mostrando apenas a semelhança mais residual para as observações na realidade que os inspiraram (Abstract Speed-the Car passou, 1913, Tate, de Londres) . Após a Primeira Guerra Mundial, Balla permaneceu fiel aos ideais do Futurismo depois que seus colegas os tinha abandonado, mas na década de 1930 voltou-se para um estilo mais convencional. Até o final de sua longa vida, ele era muito admirado como o último sobrevivente de uma fase brilhante da arte moderna italiana.

  
Henri Laurens (1885 - 1954)
Henri Laurens nasceu 18 de fevereiro de 1885 em Paris. Ele tocou a idade de 17 anos pela tuberculose óssea e uma perna amputada sete anos depois. Primeiro pedreiro, torna-se artesão escultor. Em 1899, ele estudou desenho onde ele mostra sua influência sobre Auguste Rodin. Mais tarde, ele foi atraído pelo grupo de artistas em Montparnasse. Henri Laurens será profundamente influenciado pelo cubismo, ele descobriu o Beehive em 1908. O artista, que dedicou uma grande parte da figura humana (série Mulheres mentir, a partir de 1927, e as sirenes, a partir de 1937), destruir muitas obras durante sua vida, deixando para trás apenas aqueles que julgar consumado. Desde 1911, ele começou a entalhar, ainda no estilo cubista, como a escultura monumental feito em 1952 para a Universidade de Caracas, Venezuela. Ele era um amigo de Juan Gris, Picasso e Braque Gierges. Ele pintou pouco, mas deixou muitos desenhos, dividiram papel, jogando duas dimensões guache, colagem e contraste completo vazio, reinventando a farsa por alguns pontos. Henri Laurens envolvido em Expo 1937 e da Bienal de Veneza e de São Paulo, onde recebeu o prêmio em 1953. Laurens morreu 05 de maio de 1954 em Paris.


 Alexander Archipenko (1887 - 1964)
Escultor de origem russa que se tornou um cidadão americano em 1928. Ele estudou na escola de arte em seu Kiev nativa 1902-1905, quando foi expulso por criticar as atitudes acadêmicas de seus professores. Em 1906 mudou-se para Moscou e, em 1908, para Paris, onde ele deixou a Ecole des Beaux-Arts, após estudo de duas semanas, mais uma vez mostrando sua impaciência de disciplina. Em vez disso, ele estudou antiga e medieval escultura no Louvre, e um pouco do trabalho de seus primeiros anos em Paris (principalmente figuras femininas) é de uma forma primitivista recordando arte egípcia. Em cerca de 1910, no entanto, ele foi
LUCIE-SMITH, E. Art Today. Oxford: Phaidon Press, 1977. 21,5 x 26,5 cm. 417p.: il., retrs.,
            Apresentado ao cubismo por Leger (cujo estúdio estava perto dele) e ele se tornou um dos escultores notáveis ​​do movimento.Em obras como o bronze Walking Woman (Denver Art Museum, 1912) analisou a figura humana em formas geométricas e abriu-se com concavidades e um furo central para criar um contraste de sólido e vazio, inaugurando, assim, uma nova linguagem escultórica: George Heard Hamilton escreve que "Este é o primeiro exemplo de escultura moderna do uso de um buraco para significar mais do que um vazio, na verdade o oposto de um vazio, porque recordando o volume original do buraco adquire uma forma e estrutura do seu próprio '. No mesmo ano, com Médrano I (destruído), Archipenko começou a fazer esculturas que foram montados a partir de peças de materiais comuns, paralelas as do trabalho de Picasso ; Médrano II (Guggenheim Museum, New York, 1913) é feito de lata pintada, madeira, vidro, e pintadas de oleado.(Médrano era o nome de um circo em Paris, muito frequentado por artistas, estas duas figuras representadas artistas lá.)
Archipenko rapidamente construiu uma reputação na França e em outros países, especialmente na Alemanha.Em 1912, ele teve uma exposição individual no Museu Folkwang, em Hagen e em 1913, um na Galeria Sturm em Berlim, também em 1913 seu trabalho foi incluído no Armory Show, em Nova York. Sua ascensão para a proeminência internacional foi interrompido pela Primeira Guerra Mundial, durante a qual ele viveu em Cimiez, um subúrbio de Nice; seu trabalho deste período incluiu uma série de sculpto-pinturas, um tipo de trabalho que ele criou em que se forma a partir de projeto e desenvolver um fundo pintado. Depois da guerra, ele logo relançou sua carreira, organizando uma exposição de sua obra, que excursionou amplamente na Europa em 1919-1921 (Atenas, Bruxelas, Genebra, Londres, Munique, entre várias outras cidades). Ele também exibiu na Bienal de Veneza em 1920, ocasião em que seu trabalho foi condenado por um cardeal de Veneza. O seu primeiro one-man show nos EUA foi dada pelo Société Anonyme em Nova York em 1921. Neste período, ele foi sem dúvida o mais conhecido e mais influente de todos os escultores cubistas.
De 1921-1923 Archipenko viveu em Berlim, onde funcionou uma escola de arte, então emigrou para os EUA.Ele viveu, trabalhou e ensinou em vários lugares, mas principalmente em Nova York, onde dirigiu sua própria escola de escultura, de 1939 até sua morte. O trabalho que ele fez na América não se compara em qualidade ou importância histórica com a de seu período europeu, mas ele continuou a ser altamente criativo. Em 1924, por exemplo, ele inventou o Archipentura (um tipo de pintura Yinetic), e após a Segunda Guerra Mundial, ele experimentou com esculturas "light", fazendo com que as estruturas de plástico iluminado por dentro. Sua obra foi influente na Europa e na América, nomeadamente no renascimento da policromia, no uso de novos materiais, e apontando o caminho a partir da escultura de forma sólida para um espaço e luz.



Pablo Gargallo (1881 - 1934)
Pablo Gargallo, considerado o precursor da escultura em ferro, nasceu em 05 de janeiro de 1881 em Maella (Zaragoza). Seu pai era dono de um ferreiro, aqui aprendeu a arte de forjar.
Em 1888, sua família emigrou para o Barcelona por razões econômicas e lá ele começou sua formação artística na oficina do escultor Eusebio Arnau e escultor Venancio Vallmitjana na Escola de Belas Artes de La Lonja. Nestes tempos em que ele estava desenvolvendo no Modernismo Barcelona, ​​Gargallo encontros freqüentado Els Quatre Gats e manteve contato com artistas jovens, como Novell ou Picasso.
Por isso, suas primeiras obras do modernismo bebida. Por exemplo, o pequeno nu ou a decoração dos edifícios de Barcelona que realizou em colaboração com o arquitecto Domenech i Montaner, como o Hospital de la Santa Cruz eSan Pablo eo Palau de la Musica catalão .
Em 1903 ele ganhou uma bolsa de estudos que lhe permite ir a Paris para completar seus estudos. Sua estadia foi breve, mas a partir de então e até 1923, quando se estabeleceu definitivamente na capital francesa as viagens são freqüentes. Lá ele encontrou as formulações estéticas cubistas, assimilou seus sistemas expressivos e procurou o esquema ea essencialidade de figuras e objetos, tentando encontrar a expressão autêntica dos postulados dimensional cubista.
Já começou a usar materiais como metal de folha, cobre ou ferro. Cerca de 1911-1912 fez as primeiras máscaras, que são peças de grande simplificação, feitos com folhas cortadas, ligadas à estética cubista.
Continua usando placas de metal e com eles começaram a sugerir volumes e exaltar os buracos, lacunas, pela penetração de luz no interior. Como exemplo, Fiddler , La toilette ouhomem tubulação .
Em 1920, ele foi nomeado professor de Escultura na Escola de Artesanato do Commonwealth da Catalunha, e em 1923 serão demitidos por razões políticas para proclamar a ditadura de Primo de Rivera. É quando Gargallo instalado permanentemente em Paris com sua esposa e filha.
A partir deste momento o seu estilo leva a uma muito pessoal, decorrente da interpretação do cubismo. Baseia-se na busca de uma síntese formal da figura em planos geométricos sempre fluidos e na avaliação das lacunas e aglomerados. Substitui os materiais convencionais, como o mármore ou chapas de ferro forjado de bronze. Criar uma nova linguagem escultórica introduzindo o vazio como volume e dotando suas figuras expressivas de grande drama.
Algumas de suas obras mais representativas são carregadores de água , Daisy Jovens , A Harlequin ou A Banhista .

O Profeta
Esta escultura de ferro é uma das últimas obras de Gargallo.Ele tenta esculpir um vácuo, o vazio, ao contrário do que aconteceu na escultura tradicional está tentando moldar o volume.
As lâminas de luz através da superfície do bloco, é inserido a partir do interior e torna as zonas de claro-escuro.
O profeta apresenta formas que lembram os cubistas, mas move-se em abordagens espirituais do expressionismo por dureza, agressividade e caráter da figura. Ele retrata um homem que está gritando, ameaçando, com uma mão levantada em atitude de alto-falante e outra segurando uma bengala.
As linhas e planos nos conduzir para a cabeça e da boca, que é o centro da figura visão expressiva frente e dos lados. Se olharmos para os diferentes níveis, o profeta é o mesmo, tem o mesmo gesto. A diversidade de pontos de vista leva o espectador para o movimento, que foi criado a partir de matéria e vácuo. A imagem se forma no espaço.
Pablo Gargallo sugere através do volume dos espaços vazios rodeados por ar e à luz, o que resulta em contraste, aumentando o drama do trabalho.
A contribuição de Gargallo a escultura contemporânea é a introdução de um novo conceito de espaço escultural. Sugere a matéria na sua ausência completar o trabalho no espaço, adaptando o contrário, o vazio e cheio.


   Gino Severini (1883 - 1966)
Cortona / Arezzo 1883 -
Paris 1966
Gino Severini nasceu em Cortona em 07 de abril de 1883. Em 1899 o pintor italiano, artista gráfico e escultor foi a Roma em 1899 para assistir às aulas à noite no Villa Medici. Depois de um encontro decisivo com Giacomo Balla e Umberto Boccioni, começou a trabalhar como artista em 1901. Balla apresentou-o à técnica cor divisionistic do Neo-impressionistas. Gino Severini mudou-se para Paris em 1906, onde estudou os impressionistas, era fascinado com pinturas de Seurat e Signac encontraram. Ao lado de Modigliani, Picasso, Braque e Gris ele encontrou ainda vários poetas conhecidos e pensadores de seu tempo. Marinetti e Boccioni o convidou para se juntar ao movimento futurista-. Em 11 fevereiro de 1910 Severini assinou o "Manifesto da Pintura Futurista 'e, assim, tornou-se um co-fundador deste estilo. Ao contrário de seus colegas artistas, Severini tinha apenas interessado na dinâmica de máquinas, mas na representação de corpos humanos em movimento. Suas cenas de cabaré e representações de dançarinos foram feitas durante o seu período.Funciona como 'Dancer Blue' (1912) mostram os princípios típicos de efeitos futuristas lapidação e simultânea. Severini exibiu obras em 1912 nas exposições futuristas de Paris, Londres e Berlim e as relações entre a Itália ea França desenvolvidos. O trabalho do artista tornou-se cubista após 1915.A partir de agora, o artista cada vez mais focada na harmonia das construções geométricas como a seção áurea. Seus temas preferidos eram as naturezas-mortas com instrumentos musicais e cenas de Arte da Commedia dell '. Entre 1924 e 1935 Severini foi encomendado com vários murais e mosaicos. Ele levou uma vida emocionante entre Roma e Paris e publicou textos teóricos e livros sobre arte. Severini foi galardoado com o Grande Prémio da Bienal de Veneza em 1950. O conceito divisionista da imagem, juntamente com um estilo cubista-futurista, que foi aprovada por Balla, é típico de toda a obra de Severini. Ele analisou luz, movimento e eventos, o que aconteceu após o outro, mas estão ligados pela memória. Gino Severini morreu em Paris em 26 de fevereiro de 1966. Importantes obras do artista estão hoje expostas em Milão (Coleção Gianni Mattioli) e Rotterdam (Museu Boymans-van-Beuningen).


 Umberto Boccioni (1882 - 1916) 

Pintor e escultor italiano nascido no dia 19 de outubro de 1882, em Reggio di Calabria, e falecido no dia 16 de agosto de1916, em Sorte (Verona), em consequência de uma queda de cavalo durante manobras militares. Foi um dosrepresentantes máximos do movimento futurista que defendia o progresso acidental, a máquina e o estilo de vida ruidosoe agitado da vida urbana. Em 1901 mudou-se para Roma para estudar acabando por fazer amizade com outros pintorespertencentes a este movimento. No início, mostrou-se interessado na pintura impressionista, principalmente na obra deCézanne. Fez então algumas viagens a Paris, São Petersburgo e Milão. Regressando em 1910 entrou em contacto comCarrá, Russolo y Marinetti e um ano depois encontrava-se entre os autores do "Manifesto Futurista de Pintura", do qualfoi um dos principais teóricos. Foi com a intenção de procurar as bases dessa nova estética que viajou para Paris, ondese encontrou com Picasso e Braque. Ao retornar, em 1912, publicou o "Manifesto Técnico da Pintura Futurista", no qualforam registados os princípios teóricos da arte futurista: condenação do passado, desprezo pela representaçãonaturalista, indiferença em relação aos críticos de arte e rejeição dos conceitos de harmonia e bom gosto aplicados àpintura. Nesse mesmo ano participou da primeira exposição futurista mas as suas obras ainda deixavam transparecer apreocupação do artista com os conceitos propostos pelo cubismo. Os retratos deformados pelas sobreposições deplanos ainda não conseguiam expressar com clareza a sua conceção teórica. Um ano mais tarde, com sua obraDinamismo de um Jogador de Futebol, Boccioni conseguiu finalmente fazer a representação do movimento por meio decores e planos desordenados, como num pseudofotograma.
Em 1911 inicia a sua atividade como escultor com obras menos numerosas que as suas pinturas mas mais livres eatrevidas e onde sempre afloram elementos neoimpressionistas, assim como por outro lado consegue um intercâmbiosurpreendente entre o côncavo e o convexo, superando as experiências cubistas. Nas suas obras escultóricas, quecombinam madeira, ferro e cristal, Boccioni pretende ilustrar a interação que se estabelece entre um objeto emmovimento e o espaço que o rodeia.
Apesar de tudo, permaneceu sempre muito ligado a uma conceção romântica e tradicional do movimento e do quadrocomo janela. Em 1915 participou como voluntário na Primeira Guerra Mundial, e é nesta altura que começa a distanciar-se do futurismo, isto é, da velocidade e do dinamismo, aproximando-se de uma análise das imagens plásticas, isto é, dosvolumes arredondados e mais estáticos, influenciado por Cézanne.
Como referenciar este artigo:
Umberto Boccioni. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-07-12].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$umberto-boccioni>.

Luigi Russolo (1885 - 1947)

Luigi Russolo nasceu na cidade de Portogruaro, Itália em 1885. Foi um pintor e um compositor italiano futurista. Morre em 1947 em Cerro. O maior contributo que deu ao futurismo foi no campo da música. Onde em 1913 publica o manifesto L´Arte dei Rumori (Arte de Ruídos). Inspirado na revolução industrial, no período pré-guerra, na era das máquinas e da velocidade, Russolo sente a necessidade de criar e mudar novos instrumentos musicais que dessem resposta aos anseios dos compositores, visto que, segundo ele, a revolução industrial deu ao homem a capacidade de apreciar sons mais complexos.
Para os futuristas era muito mais divertido e entusiasmante ouvir combinações de ruídos como os dos carros, dos carris, das máquinas, das multidões, dos motores a trabalhar. Por esse motivo, Russolo inventa novos instrumentos por ele denominados intonarumori com o intuito de transpor os ruídos do quotidiano para a música.
Manifesto – A Arte dos Ruídos
A Arte dos Ruídos (L’arte dei Rumori) é um manifesto futurista escrito em 1913 por Luigi Russolo numa carta ao seu amigo o compositor futurista Francesco Balilla Pratella. Pedra fundadora do movimento do ruído, é considerado como um dos textos mais importantes e mais influentes da estética musical do século XX, como afirma Robert Philippe ao seu propósito: “Um grande ruído elétrico formado por ondas da placa: aí está o que as bases do renascimento musical do vigésimo século em parte assemelharam-se” Russolo defende a idéia de que a orelha humana se familiarizou com a velocidade, a energia e o barulho do ambiente sonoro urbano e industrial, e que esta nova escala sonora necessita uma abordagem renovada dos instrumentos e da composição musical. Ele expõe diversas conclusões nas quais descreve a maneira como a eletrônica e outras tecnologias permitirão aos músicos futuristas de “substituir o número limitado de sons que possui a orquestra de hoje pela infinita variedade de sons contida nos barulhos, reproduzidos com a ajuda de mecanismos adequados”. A Evolução do somO ensaio de Russolo explora as origens dos sons criados pelo homem. “A vida antiga foi apenas de silêncio”
Russolo estabelece que o barulho só nasceu no século XIX, após a invenção das máquinas. Anteriormente, o mundo era um lugar calmo, silencioso. Tomamos como exceção as tempestades, as quedas d’ água e os sismos. O barulho que vinha interromper este silêncio não era nem intenso, nem prolongado, nem variado.
Intonarumori (entoador de ruídos)
São instrumentos mecânicos criados por Russolo capazes de traduzir uma realidade sonora que engloba toda uma gama de ruídos, além de obter sonoridades pouco usuais dos instrumentos de corda. Apesar de ainda não serem eléctricos, as invenções de Russolo contribuíram para um desenvolvimento do pensamento musical da era moderna, que só se concretizaria posteriormente com o auxílio da electricidade e o gravador de fita.
Futurismo 
O Futurismo é um movimento artístico e literário, que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano Felippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e no desenvolvimento tecnológico do final do século XIX. Os primeiros futuristas europeus também exaltavam a guerra e a violência. O Futurismo desenvolveu-se em todas as artes e influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas.
Futurismo no Brasil
O futurismo influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas, como Oswald de Andrade e Anita Malfatti, eles tiveram contacto com o Manifesto Futurista com Marinetti em viagens à Europa já em 1912. Após uma interrupção forçada pela Grande Guerra, o contato foi retomado. Foi certamente uma das influências da Semana de Arte Moderna de 1922, e seus conceitos de desprezo ao passado para criar o futuro e não à cópia e veneração pela originalidade caiu como uma luva no desejo dos jovens artistas de parar de copiar os modelos europeus e criar uma arte brasileira. Oswald , principalmente, apercebeu-se que o Brasil e toda a sua multiplicidade cultural, desde as variadas culturas autóctones dos índios até à cultura negra, representavam uma vantagem e que com elas se podia construir uma identidade e renovar as letras e as artes.
Manifesto do Futurismo
“Le Figaro”
1. Nós pretendemos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e a intrepidez.
2. Coragem, audácia, e revolta serão elementos essenciais da nossa poesia.
3. Desde então a literatura exaltou uma imobilidade pesarosa, êxtase e sono. Nós pretendemos exaltar a acção agressiva, uma insónia febril, o progresso do corredor, o salto mortal, o soco e a bofetada.
4. Nós afirmamos que a magnificiência do mundo foi enriquecida por uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um carro de corrida cuja capota é adornada com grandes canos, como serpentes de respirações explosivas de um carro bravejante que parece correr na metralha é mais bonito do que a Vitória da Samotrácia.
5. Nós queremos cantar hinos ao homem e à roda, que arremessa a lança de seu espírito sobre a Terra, ao longo de sua órbita
6. O poeta deve esgotar a si mesmo com ardor, esplendor, e generosidade, para expandir o fervor entusiástico dos elementos primordiais.
7. Excepto na luta, não há beleza. Nenhum trabalho sem um carácter agressivo pode ser uma obra de arte. Poesia deve ser concebida como um ataque violento em forças desconhecidas, para reduzir e serem prostradas perante o homem.


 Francis Picabia (1879 - 1953)
Pintor francês, nascido em 1879 e falecido em 1953, passou por um pequeno período pós-impressionista, envolvendo-se no Futurismo e no Orfismo, e tornandose a principal figura do Dadaísmo parisiense. Participou no projeto das revistas291 e 391, fundamentais para a compreensão desta corrente artística. A partir de 1920 passou a contactar com AndréBreton e tornou-se um ativo surrealista. Na diversidade da sua obra não se encontra uma linha evolutiva clara, mais queo desejo constante de se opor ao convencional e ao estabelecido, uma busca permanente e múltipla da originalidade.
(Paris, 1879-id., 1953) Artista casa hispanocubano francos.Ele começou sua carreira artística no domínio do impressionismo e fauvismo, obras fácil que proporcionou um grande sucesso comercial.Mas seu temperamento inquieto e formas subversivas levou a buscar mais comprometidos, em que entrou em órbita do cubismo obras caracterizadas pela incorporação de elementos simbólicos e sem títulos e frases relação com o assunto.
Seus contatos com Marcel Duchamp em Nova York, onde ele foi em várias ocasiões durante a década de 1910, eo dadasta grupo de Zurique, o levou a optar pela dadasmo tendência artística como favorito.Período corresponde a esse estilo mais característico, chamado de drivers para concentrar-se na representação de máquinas, que por vezes são símbolos de seres humanos e às vezes se referem ao mito da máquina, desenvolvimento industrial a qualquer custo.
Mas talvez mais do que a criação artística, a influência de Picabia às gerações posteriores é devido ao trabalho intelectual de provocação cultural, que decorreu de 391 revistas, fundada por l em Barcelona, ??em 1917, e 491, fundada em Paris, em colaboração com Breton.Depois de 1919, comum no grupo surrealista de Paris, e em 1924 fez o cenógrafo memorável para o filme Entr'acte, de Ren Clair.
Em 1925 ele estabeleceu na Riviera, onde desenvolveu um novo estilo pictórico foi definido como os monstros e transparências, YMS depois voltou-se para o Surrealismo.Sua pintura é, portanto, muito variado, com constantes mudanças de estilo e temática, mas por dentro, quase sempre, o mundo do imaginário e simbólico.A proclamação idéias de suas publicações contribuiu para a difusão do avant-garde
Como referenciar este artigo:
Francis Picabia. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-07-12].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$francis-picabia>.


 Kazimir Malevich (1878 - 1935)

Nascido em Kiev, tornou-se um dos mais importantes pioneiros da arte geométrica abstrata, tendo fundado, em 1913, o Suprematismo. Inspirado nas ideias do Futurismo e do Cubismo, este movimento artístico viria a exercer uma forte influência na pintura e na arquitetura, tendo sido grande a sua difusão na Alemanha, sobretudo na produção artística da Bauhaus.
Evoluindo do Cubismo para uma linguagem rigorosamente geométrica, o artista libertou-se das experiências sensoriais originadas pelos dados objetivos da realidade e criou uma pintura pura, baseada em princípios matemáticos, privilegiando formas abstratas e as figuras geométricas mais elementares como equivalentes visuais do mundo interior.
Em 1915, expôs um quadrado negro sobre uma superfície branca ("Quadrado Negro sobre Fundo Branco"), o qual resume as ideias básicas da produção suprematista, ou seja, de uma pintura que coloca em primeiro plano a autonomia da forma como projeto mental, em detrimento dos aspectos técnicos da obra. O elemento suprematista por excelência é o quadrado, mas o pintor russo utilizou também outras figuras geométricas: retângulos, cruzes, triângulos e círculos, preenchidas com cores fortes e lisas, como o vermelho, laranja e azul, para além do branco e do preto.
Das suas concepções pictóricas, publicadas num conjunto de textos intitulado "Suprematismo", destaca-se a seguinte passagem: "Atualmente, o caminho do homem é através do espaço. O Suprematismo é o semáforo da cor no ilimitado. Abri a clarabóia azul dos limites da cor, penetrai no branco; navegai a meu lado camaradas pilotos neste espaço sem fim. O livre mar branco estende-se aos vossos pés... No vasto espaço do repouso cósmico atingi o mundo branco da ausência dos objetos, que é a manifestação do nada revelado... A experiência pura do mundo sem objeto, o homem devolvido à unidade original em comunhão com o todo, a arte libertada do peso dos objetos".
Completamente liberta da sujeição ao mundo da realidade, a pintura de Malevitch é "um acordo de ritmos que se concretizam no espaço da tela, tal como uma frase musical se realiza no tempo". Esta ideia da aproximação entre a arte e a música é comum a outros artistas da época como Kandinsky e PietMondrian.

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Marcel Duchamp (1887 - 1968) 

Artista francês, Marcel Duchamp nasceu em 1887, em Blainville-Crevon, próximo de Rouen. Entre 1904 e 1905 estudouem Paris, na famosa Academia Julian. A partir de 1905 executou inúmeros desenhos humorísticos que foram publicadosem jornais como Le Courier Français, Le Rire, entre outros. Neste período participou com trabalhos próprios no Salãodos Humoristas e, desde 1908, passou a expor regularmente no Salão de outono e no Salão dos Independentes. Paraalém dos desenhos, Duchamp realizou também aguarelas e pinturas alinhando pelos princípios estilísticos do movimentoimpressionista, como o testemunha a tela "Église à Blainville", datada de 1902. Posteriormente enveredou na tendênciapós-impressionista de Paul Cézanne, realizando em 1910 o quadro "Portrait de l'Artiste". Neste mesmo ano, MarcelDuchamp experimentou uma linguagem mais livre, de registo fauvista, pintando então o retrato do Doutor Dumonchel.
Em 1911 o artista juntou-se aos irmãos, o escultor Raymond Duchamp-Villon e o pintor Jacques Villon, desenvolvendo aatividade artística em conjunto e, no ano seguinte, os três associaram-se ao grupo da Secção de Ouro (Section d'Or).Influenciado pelos princípios estéticos do Cubismo e do Futurismo Italiano, Duchamp realizou uma série de pinturas degrande originalidade, de entre as quais se tornou particulamente famosa o "Nu descendant l'escalier", obra que teveduas versões, uma realizada em 1911 e outra no ano seguinte e que procura introduzir na imagem uma noção demovimento, de acordo com os pressupostos futuristas. Esta pintura, que foi apresentada publicamente na exposiçãoArmory Show de Nova Iorque, em 1913, teve um efeito duplo: se por um lado escandalizou fortemente o público, poroutro, foi um importante meio mediático que contribuiu para a internacionalização do seu autor.
Nesta altura, o pintor Francis Picabia, que Duchamp conhecera em 1912, exerceu uma forte influência na sua produçãoartística.
Em meados da década de 10 o artista realizou uma série de objetos que designou por "Ready-Made", peças escultóricasconstituídas por objetos banais que eram esvaziados de função prática e retirados dos seus contextos habituais. O maisfamoso destes "Ready-made", que Duchamp assinou com o pseudónimo R. Mutt, é a escultura "Fonte", realizada em1917. Formada por um urinol de porcelana, esta obra protagonizou novo escândalo aquando da sua apresentaçãopública numa exposição.
Instalado nos Estados Unidos, Marcel Ducamp iniciou neste ano a publicação da revista The Blindman que se ligou a ummovimento emergente na Europa, o Dadaísmo. Uma das pinturas mais conhecidas desta fase do artista é o quadro"L.H.O.O.Q.", de 1919, que apresentava uma reprodução da Mona Lisa (do pintor renascentista Leonardo da Vinci) combigodes e barbicha.
Na década de 20, Duchamp criou um conjunto de peças que denominou "Rotatives" e "Rotoreliefs", através das quaisaborda o tema da máquina inútil. A partir de 1927 juntou-se ao movimento surrealista, realizando um vasto conjunto detrabalhos de entre os quais se destacam as cenografias para as exposições deste movimento realizadas em Paris em1938 e em 1947. Enquanto membro desta corrente, Duchamp foi ainda responsável pela organização da mostra FirstPapers of Surrealism, apresentada em Nova Iorque em 1942.
Entre 1936 a 1941 o artista produziu inúmeras caixas, denominadas "Boîte en valise", onde reuniu reproduções depequena dimensão das suas principais obras, distribuindo-as pelos seus amigos e, em 1946, realizou a sua última obra,após o que se dedicou com inteira paixão ao jogo de xadrez.
Marcel Duchamp morreu em Neuilly-sur-Seine, em 1968. A sua obra, bastante original foi influenciada pelos principaismovimentos estéticos de inícios do século, constituindo igualmente inspiração para inúmeras correntes, tais como odadaísmo e o surrealismo. Desafiando continuamente todas as ideias tradicionais de arte assim como os seus limites, asua obra demonstra e proclama a importância da ideia sobre o processo de execução, o que a torna precursora dastendências minimalistas e conceptualistas da segunda metade do século XX.

Como referenciar este artigo:
Marcel Duchamp. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-07-12].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$marcel-duchamp>.

Kurt Schwitters (1887 - 1948)
Pintor, escultor, arquiteto e editor alemão, nascido em 1887 e falecido em 1948, formou-se na escola de Belas-Artes deBerlim, e em 1918 abandonou a pintura tradicional para se dedicar a outras formas de expressão, como por exemplo a colagem.
Dois anos mais tarde, em 1920, começou a exprimir-se usando uma técnica fotográfica denominada por fotomontagem.
Nas obras de Schwitters, a fotografia é arrastada do seu meio natural para se misturar com outros meios, ressurgindoassim o valor da imagem em si.
(Hannover, Alemanha, 1887 Ambleside, Reino Unido, 1948) Aleman Artista.Ele estudou arte em Berlim, Dresden e Escolas.A travs da revista Der Sturm notificação em contato com o alemão de vanguarda, em especial com o expressionismo, uma travs que entrou para a definição de seu próprio estilo.
Este começou a tomar forma por volta de 1920, quando fez as suas primeiras colagens pouco de lascas de madeira, recortes de jornais, bilhetes tranvay outros materiais de desperdício, que é transformado em um suas obras através da incorporação de cor, ou a adição de palavras ou frases.Nessas criações do artista chamado Merz, o fragmento de palavra Kommerz que aparece em um recorte de jornal incluído em uma de suas colagens início.
Seu estilo evoluiu a partir de uma recarga inicial de maior pureza, mas o artista nunca abandonar o Merz, as obras em que deve a sua fama.A mesma palavra deu título a uma revista fundada em 1923 e foi publicado até 1932.Nele, Schwitters e os seus colegas espalhar o espírito da dadasmo, corrente artística que pertencem ao pintor, além de contribuir para a modernização da tipografia e design gráfico.
Schwitters teve contato com alguns dos grandes artistas de seu tempo, L.Moholy-Nagy e outros, e participou dos movimentos artísticos mais inovadores, por exemplo, Abstraction-Création.Em 1937 emigrou para a Noruega, e este país ser invadido pela Alemanha em 1940, mudou-se para o Reino Unido, onde viveu até sua morte.
Sua incorporação de materiais inúteis obra utilizada como referência, após a Segunda Guerra Mundial, muitos do movimento artístico que se espalhou até então, da informalidade da pop art
Como referenciar este artigo:Kurt Schwitters. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-07-12].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$kurt-schwitters>.


 Yves Tanguy (1900 - 1955)
1900-1955
Nacionalidade: Francesa
(B Paris, 05 de janeiro de 1900; d Woodbury, Connecticut, 15 de janeiro de 1955). Pintor francês nascido que se tornou um cidadão americano em 1948. Apesar de trabalhar em vários biscates em Paris, ele começou a desenhar cenas de café que foram elogiados por Vlaminck e, em 1923, ele decidiu assumir a arte a sério depois de ter sido muito impressionado com o trabalho de De Chirico, ele não tinha nenhuma formação artística formal.Em 1925, ele conheceu André Breton e juntou-se ao grupo surrealista. Seu trabalho desenvolveu-se rapidamente e na hora de sua primeira exposição individual, na Galerie Surréaliste em 1927, ele já havia criado um estilo distinto.
Caracteristicamente ele pintou em uma técnica que lembra escrupuloso da de Dalí, mas sua imagem é altamente distintivo, caracterizando paisagens marinhas ou lunar-like cujas planícies fantasmagórica estão espalhados com as estruturas que sugerem ossos resistido gigantes dispostas em postes fantásticos. Em 1939, ele conheceu o pintor surrealista americano Kay Sábio em Paris, ele seguiu para os EUA e eles se casaram em 1940.Após a Segunda Guerra Mundial, ele construiu uma reputação internacional.


Max Ernst (1891 - 1976)

Artista plástico alemão, naturalizado francês
02/04/1891, Brühl (Alemanha)
01/04/1976, Paris (França)

Max Ernst aprendeu a pintar copiando paisagens de Van Gogh
Depois de ser um soldado alemão na Primeira Guerra Mundial, Max Ernst, o garoto que aprendera a pintar copiando paisagens de Van Gogh, passou por uma breve fase cubista após a guerra. No ano seguinte, 1919, fundou o grupo Dada em sua terra natal (Colônia) e se propôs a destruir todos os valores estéticos de então. Foi uma tentativa de ruptura, uma reação contra uma sociedade falida e destruída moralmente pela Primeira Guerra Mundial.
            Em 1922, emigrou para a França, onde conheceu André Breton e ingressou no movimento surrealista. Publicou livros de poesia ilustrados e, em 1929, fez a colagem "A Mulher de 100 Cabeças", um dos ícones do surrealismo. Em 1930, interpretou um papel no filme de Luis Buñuel, "A Idade do Ouro".
            O Surrealismo levou às últimas conseqüências o que seus criadores entendiam como "renovação da arte a partir da recusa à lógica e à moral da burguesia". Assim como o Dadaísmo, jogou fora tudo o que até então era esteticamente aceitável. Ao lado de Louis Aragon, Salvador Dali e Man Ray, Ernst criou peças que até hoje chocam o público.
            O mentor intelectual do Surrealismo, Breton dizia que Ernst era o "mais magnífico cérebro assombrado" do mundo das artes. O pintor alemão soube levar como poucos a premissa de que a obra deveria vir de um estado onírico, de sonho. Isto é, a pintura seria a manifestação do que os psicanalistas chamam de inconsciente.
            Em seus quadros de cores brilhantes, Max Ernst associava imagens de elementos demoníacos e absurdos com outros eróticos e fabulosos. Unia de forma irracional esses símbolos para expressar seu subjetivismo. Da mesma forma que em suas colagens, as esculturas mesclavam objetos cotidianos, como peças de automóvel e garrafas de leite, a blocos de cimento, que depois fundia em bronze.
            Na Alemanha nazista, seus quadros foram expostos, junto aos de outros artistas na mostra denominada Arte Degenerada, em 1937. Durante a Segunda Guerra, com a ocupação da França, Ernst fogiu para os Estados Unidos sob a proteção da mecenas milionária Peggy Guggenheim, uma de suas várias amantes. Em 1948, ganhou a cidadania americana.
            Voltou à Europa em 1958, naturalizando-se francês. Morreu em 1976, em Paris.


Joán Miró (1893 - 1983)

Pintor espanhol nascido em 1893 e falecido em 1983. Frequentou a Escola de Belas-Artes de Barcelona e a AcademiaGali. Os primeiros trabalhos receberam a influência dos pós-impressionistas, especialmente de Vincent Van Gogh e depois de Matisse. Instalou-se em Paris em 1920, e aí conheceu Picasso. Integrou-se no movimento surrealista e participou naprimeira exposição surrealista em 1925. Em A Herdade, Montroig, Barcelona (1921-22) mistura formas reais e fantásticase esse estilo torna-se mais abstrato e "surrealista" em O Carnaval de Arlequim e em Paisagem Catalã. Experimentando o"automatismo psíquico", os seu trabalhos tornaram-se mais abstratos e fantasistas. A influência de Paul Klee faz-se sentir neste período, na criação de uma imagética inventiva e enganadoramente infantil. Nos finais dos anos vinte fazia uma série de colagens que evoluíram para objetos tridimensionais. Nos anos trinta fazia objetos de madeira semelhantes às formas que criava na sua pintura. Estas construções estavam em paralelo com a obra de Arp, e é muito provável queos dois artistas se tenham influenciado mutuamente. Entretanto, os trabalhos de Miró passaram por uma fase mais sombria, as cores tornaram-se mais escuras e as formas mais monstruosas. Perdeu depois esta agressividade e começou a incluir nas suas composições pessoas e animais. Foi ainda o cenarista do bailado de Diaghilev Roméo et Juliette (1925)e do bailado do ballet de Monte Carlo Jeux d'Enfants (1931). Executou murais de grandes dimensões, nomeadamente para a Exposição Universal de Paris de 1937 e para a Universidade de Harvard, em 1950, e murais em cerâmica para a sede da Unesco em Paris, em 1955. Fez peças em cerâmica originais, semelhantes às figuras que povoam os seus quadros.

Como referenciar este artigo:
Joan Miró. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-07-12].
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 René Magritte (1898 - 1967)

Lessines 1898 -
Brüssel 1967
O pintor belga nasceu em Lessiness, uma pequena cidade na província de Hainaut, em 21 de novembro de 1898. A família muda-se para Châtelet sul de Bruxelas em 1910. Magritte estudos na Académie des Beaux-Arts, em Bruxelas, 1916-1918, onde é colega do pintor Viktor Servranckx. Juntos, eles escrevem o texto "L'arte pura: a defesa de l'esthétique" (A arte pura: a defesa da estética), que não publiquem. A partir de 1922, ele encontra emprego como desenhista em uma fábrica que faça papéis de parede e também ganha a vida fazendo propagandas para lojas de moda. As primeiras pinturas de René Magritte são voltadas para o impressionismo eo cubismo e depois no futurismo. O conhecimento do "Pittura Metafisica" leva próprias experimentações surrealistas de Magritte.
Em 1927 muda-se para Paris, onde sua primeira exposição acontece na galeria "Le Centaure". Ele logo entra em contato com André Breton, Max Ernst, Francis Picabia, Marcel Duchamp e  outros, e desempenha um papel activo no círculo de surrealistas.
Estilo surrealista René Magritte é misterioso e cheio de magia. A magia que é criada pela combinação de sua representação realista de objetos do cotidiano ea discrepância para o conhecido, para a percepção da vida cotidiana. Magritte diverge proporções, muda a textura da imagem. Ele combina objetos reais com figurações abstratas. René Magritte pinta seu provavelmente o mais famoso quadro "La Trahison des images" (Traição das Imagens), em 1929, o que mostra um tubo e as palavras "Ceci n'est pas une pipe" (Isto não é um cachimbo) ao lado dele.
Em 1930, ele retorna para Bruxelas. Seus trabalhos são mostrados em várias exposições de arte surrealista em todo o mundo. O artista escreve numerosos artigos e contribui para catálogos, explicando o seu conceito das possibilidades da arte. O Museu de Arte Moderna de Nova York mostra a primeira grande retrospectiva de suas obras.
René Magritte morreu em Bruxelas em 15 de agosto de 1967.


André Masson (1896 - 1987) 

 Francês pintor, escultor, ilustrador, desenhista e escritor, nascido em Balagny (Oise). Passou a maior parte de sua juventude em Bruxelas, onde trabalhou como padrão de gaveta em um estúdio de bordado e estudou em part-time na Académie des Beaux-Arts. Em seguida, mudou-se para Paris e estudou na École des Beaux-Arts 1912-1914. Serviu no Exército francês 1914-1919, e ficou gravemente ferido. Viveu 1919-1922, no sul da França, em seguida, retornou a Paris, onde conheceu Gris, Derain e, posteriormente, Miró e Breton. Primeira exposição individual na Galerie Simon, Paris, 1923. Pinturas de florestas, leitores de cartões e ainda vida, seguido por experimentos com desenho automático. Participou 1924-9 no movimento surrealista. Feitas mais obras que exploram efeitos do acaso, incluindo pinturas de areia, assim como pinturas de metamorfoses das formas animais e humanos, temas de germinação, combates e massacres, com ênfase na violência e erotismo. Viveu 1934-6 em Espanha; quadros de touradas, mitos espanhóis, etc refugiou 1941-5 nos EUA, onde viveu em New Preston, Connecticut, e fez trabalhos inspirados pelas forças elementais da natureza. Retornou à França em 1945 e estabeleceu-se em 1947 em Aix-en-Provence. Temas da paisagem pintada, como montanhas e cachoeiras durante vários anos, seguido por algumas fotos quase completamente abstratos. Seus trabalhos também incluem cenários e figurinos para o teatro, ilustrações de livros e uma série de pequenas esculturas, tem escrito vários livros, incluindo Mythologie d'André Masson 1971. Mora em Aix.
Publicado em:
Ronald Alley, catálogo de coleção da Galeria Tate de Arte Moderna diferente Obras de artistas britânicos , Tate Gallery e Sotheby Parke-Bernet, Londres 1981, p.489



SALVADOR DALÍ - 1904 / 1989

Salvador Dali nasceu em 11 de maio de 1904 na vila de Figueres, Catalumba – Espanha. Passou sua infância entre Figueres e a casa de verão em Cadaqués, onde seus pais construíram seu primeiro atelier.
Dali sempre chamou atenção pela excentricidade. Poucos artistas impactaram tanto o século XX quanto ele. Ingressou na Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, em Madri, de onde foi expulso em 1926, pouco antes dos exames finais. Conviveu, neste tempo com Frederico Garcia Lorca e Luiz Buñuel. Já na sua primeira exposição teve seu reconhecimento artístico – 1925, Barcelona.
No ano seguinte instalou-se em Paris, conheceu Pablo Picasso e se uniu aos surrealistas, liderados por André Breton.
Em 1929 conheceu sua futura esposa e musa inspiradora, Gala Éluard, de origem russa e onze anos mais velha do que ele. Era casada com o poeta Paul Éluard de quem se separou para ficar com Dali.
            Sua produção era inspirada muito nas teorias de Freud, como na obra A persistência da memória (1931), um dos grandes símbolos do movimento.
Com o início da guerra Dali entrou em conflito com os surrealistas devido às suas posições políticas e acabou expulso do grupo. Em 1940 foi, com Gala, para os Estados Unidos, onde ficou até 1948. O Museu de Arte Moderna de Nova York realizou em 1941 uma grande retrospectiva sobre sua obra e, no ano seguinte, aos 37 anos, Dali lançou o livro autobiográfico A vida secreta de Salvador Dali.
Ficou mundialmente conhecido pelos seus trabalhos de pintura, filme, esculturas, desenhos, fotografias, figurinos e jóias, para cinema e teatro.
Após a morte de Gala, em 1982, Dali ficou muito debilitado, passando os últimos anos recluso. Morreu em 23 de janeiro de 1989, em Figueres, de um ataque cardíaco.
Com a morte de Dali, multidões e intelectuais, profanos e conhecedores juntavam-se para deplorar a partida de um homem que soube tocar o gênio de sua época, isto é, seus instintos, seu inconsciente, suas aberrações, seus impulsos incontrolados: toda uma panóplia de reações violentas, ou líricas ou psíquicas.
Dali fez da fotografia do subconsciente uma arte de imagens explosivas, que englobam tanto o maravilhoso quanto as obsessões freudianas. Salvador Dali, célebre por suas excentricidades, não se contentou em pintar: quis ser uma testemunha do século, sempre em representação.
Dali dotou o surrealismo de uma arma de primeira ordem com seu método paranóico-crítico. (André Breton)
fonte: Libelo contra a arte moderna / Salvador Dali; tradução Paulo Neves – Porto Alegre, RS: ed. L&PM 2008


  
«O que eu aspiro é a uma arte de equilíbrio, de pureza, de tranquilidade, ausente de inquietações ou preocupações, que seja para todos, desde os intelectuais aos homens de negócios, um lenitivo, um calmante cerebral, algo análogo a um bom cadeirão que descanse as fadigas físicas» (Henri Matisse).

Henry Matisse foi um pintor, desenhista e escultor francês do Fauvismo, um movimento artístico nascido em Paris por volta de 1905. Nasceu em Le Cateau-Cambrésis, na Nord-Pas-de-Calais, França, a 31 de Dezembro de 1869. Matisse mudou-se para Paris em 1891 e estudou na École des Arts Décoratifs e no ateliê de Gustave Moreau. No período entre 1900 e 1905 participou no Salão dos Independentes e no Salão de Outono. Causou sensação ao incluir-se, com Albert Marquet e André Derain, entre os primeiros fauvistas.A arte de Matisse conheceu depois uma grande divulgação. Fundou uma academia frequentada por alunos do mundo inteiro. Em 1909 abriu uma exposição sua em Moscovo e, em 1910, uma retrospectiva em Paris. As viagens que fez a Marrocos e a Tânger, entre 1910 e 1912, influenciaram a sua obra. Em 1913 expôs no Armony Show, em Nova York, e em 1920 colaborou com a companhia russa de bale de Diaghilev. Na sua primeira fase, Matisse mostrava-se descendente directo de Cézanne, em busca do equilíbrio das massas, mas devido a outras influências, como as de Gauguin, Van Gogh e Signac, levaram-no a tratar a cor como elemento de composição.
Em 1904-1905, “Luxo, calma e volúpia” ainda revelava a influência dos pós-impressionistas, mas já demonstrava grande simplificação da cor, do traço e dos volumes. Em 1908, a euforia decorativa de “O aparador, harmonia vermelha” atestava que Matisse já tinha estilo próprio. Dos pintores Fauvistas, que exploraram o sensualismo das cores fortes, Matisse foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço em composições planas, sem profundidade. Ao explorar ora o ritmo das curvas, como em “A música” (1909) e “A dança” (1933), ora o contraste entre linhas e chapadas, como em “Grande natureza morta com beringelas” (1911-1912), Matisse procurou uma composição livre, sem outra ligação que não o senso de harmonia plástica. A sua cor não se dissolvia em matrizes, mas era delimitada pelo traço.
Já liberto do Fauvismo, o pintor mostrou, às vezes, tendência em reduzir as linhas à essência, como em “A lição de piano” (1916), mas não se interessou pela pura abstracção. O amor pela exuberância decorativa aparece em “Blusa romena” e na série “Odaliscas”, de 1918. Na sua fase final, Matisse voltou-se para a esquematização das figuras, de que são exemplo a decoração mural “A dança”, para a Barnes Foundation, em Merion, nos Estados Unidos, e os papiers collés ou gouaches découpées (técnica que chamou de “desenho com tesoura”) que ilustram Jazz (1947), livro com as suas impressões sobre a arte e a vida. Matisse foi também escritor e ilustrador. Em 1944, como desenhista, ilustrou Fleurs du Mal (Flores do Mal), de Baudelaire, e, como litógrafo, as Lettres Portugaises (Cartas Portuguesas) em 1946, atribuídas a soror Mariana Alcoforado, e Les Amours, de Pierre Ronsand.
Entre 1948 e 1951 dedicou-se à concepção arquitectónica e à decoração interior da capela do Rosário em Saint-Paul, perto de Vence, no sul de França. O autor considerava essa a sua melhor obra, e nela concebeu todos os seus detalhes, dos vitrais ao mobiliário, voltado para uma concepção mais ascética das formas, embora nos arabescos florais predomine uma linha sinuosa. Matisse, como outros artistas do movimento, rejeitava a luminosidade impressionista, e usava a cor como factor principal da pintura, levando-a as últimas consequências. Argan dizia que a arte de Matisse era feita para decorar a vida dos homens. Foi considerado o artista do século em que viveu. Nas suas pinturas gostava de motivos repetitivos, usava formas curvas.
Henry Matisse morreu em Nice, França, a 3 de Novembro de 1954.
Matisse e o Fauvismo
O Fauvismo (feras selvagens) foi um movimento de curta duração, na passagem do Século XIX para o Século XX e teve como líder incontestável Henry Matisse, contando também com a participação de outros grandes artistas, entre eles, André Derain, Maurice de Vlaminck, Raoul Dufy, Georges Braque, Henri Manguin, Albert Marquet, Jean Puy, Emile Othon Friesz. Partindo do colorido vibrante e agressivo de Van Gogh e Gauguin (pós impressionistas), os fauvistas rejeitaram não só o império da forma, ditado pela academia, como também o conceito de luminosidade dos impressionistas, passando a usar a cor como factor primordial da pintura e levando-a às últimas consequência, resultando daí quadros tão bonitos quanto artificiais. O fauvismo foi perdendo a sua força há medida que os seus precursores amadureceram e evoluíram para outros estilos, entre os muitos que proliferaram na primeira metade do Século XX. Na Europa, Matisse tornou-se o símbolo máximo do fauvismo.
Henri Matisse é o pintor francês mais importante do século XX. Usava planos lisos e cores vivas.


 Carlos Scliar (1920 - 2001)

Carlos Scliar (Santa Maria RS 1920 - Rio de Janeiro RJ 2001). Pintor, desenhista, gravador, ilustrador, cenógrafo, roteirista, designer gráfico. Estuda com Gustav Epstein, em Porto Alegre, em 1934. Participa, em 1938, da fundação da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa. Entre 1939 e 1947, residindo em São Paulo, integra a Família Artística Paulista - FAP. Em 1942, publica seu primeiro álbum de litografias, Fábula. Faz ilustrações para livros e cenários de teatro. No Rio de Janeiro, escreve e dirige em 1944 o documentário Escadas, sobre os pintores Arpad Szenes (1897 - 1985) e Vieira da Silva (1908 - 1992). Convocado pela Força Expedicionária Brasileira - FEB, participa da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), na Itália, entre 1944 e 1945. Morando em Paris de 1947 a 1950, entra em contato com o gravador mexicano Leopoldo Méndez (1902 - 1968). De volta ao Brasil, funda com Vasco Prado (1914 - 1998) o Clube de Gravura de Porto Alegre. Em 1956, passa a viver no Rio de Janeiro. É diretor do departamento de arte da revista Senhorentre 1958 e 1960. Funda a editora Ediarte, em 1962, com os colecionadores Gilberto Chateaubriand, Michel Loeb, Carlos Nicolaievski e o pintor José Paulo Moreira da Fonseca. Em 1969, é publicado o Caderno de Guerra de Carlos Scliar, com seus desenhos realizados durante a guerra. Na década de 1970, executa painéis para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Entre 1992 e 1999, a mostra Ouro Preto, Saudades de Quem Te Ama percorre várias cidades brasileiras. Em 1999, realiza o álbum de serigrafias 1500/2000 - A Redescoberta do Brasil.

Piza (1928)

Arthur Luiz Piza (São Paulo SP 1928). Gravador, desenhista e escultor. Inicia a formação artística em 1943, estudando pintura e afresco com Antonio Gomide (1895 - 1967). Após participar da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, viaja para a Europa e passa a residir em Paris. Freqüenta o ateliê de Johnny Friedlaender (1912 - 1992) e aperfeiçoa-se nas técnicas de gravura em metal, água-forte, talho-doce, água-tinta e ponta-seca. Em 1953, participa da 2ª Bienal Internacional de São Paulo e obtém o prêmio aquisição. Na 5ª Bienal, em 1959, é contemplado com o grande prêmio nacional de gravura. Nesse período, começa a fazer relevos, picotando suas aquarelas e aproveitando os fragmentos em colagens sobre tela, papel, cobre e madeira. Posteriormente cria relevos de metal sobre sisal, e produz peças tridimensionais em grande escala e trabalhos em porcelana e ourivesaria. Realiza ilustrações para diversos livros, de tiragens reduzidas. No fim dos anos 1980, cria um mural tridimensional para o Centro Cultural da França, em Damasco, Síria. Em 2002, são apresentadas na Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp, e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli - Margs, em Porto Alegre, duas amplas retrospectivas de sua obra.Guignard (1896 - 1962)


Guignard (1896 - 1962)    
Alberto da Veiga Guignard (Nova Friburgo RJ 1896 - Belo Horizonte MG 1962). Pintor, professor, desenhista, ilustrador e gravador. Muda-se com a família para a Europa em 1907. Em dois períodos, entre 1917 e 1918 e entre 1921 e 1923, freqüenta a Königliche Akademie der Bildenden Künste [Real Academia de Belas Artes] de Munique, onde estuda com Hermann Groeber (1865 - 1935)  e Adolf Hengeler (1863 - 1927). Aperfeiçoa-se em Florença e em Paris, onde participa do Salão de Outono. Retorna para o Rio de Janeiro em 1929 e integra-se ao cenário cultural por meio do contato com Ismael Nery (1900 - 1934). No ano seguinte, instala ateliê no Jardim Botânico, que retrata em várias obras. Participa do Salão Revolucionário de 1931, e é destacado por Mário de Andrade (1893 - 1945) como uma das revelações da mostra. De 1931 a 1943, dedica-se ao ensino de desenho e gravura na Fundação Osório, no Rio de Janeiro. Entre 1940 e 1942, vive num hotel em Itatiaia, pinta a paisagem local e decora peças e cômodos do hotel. Em 1941, integra a Comissão Organizadora da Divisão de Arte Moderna do Salão Nacional de Belas Artes, com Oscar Niemeyer (1907 - 2012) e Aníbal Machado (1894 - 1964). Em 1943, passa a orientar alunos em seu ateliê e cria o Grupo Guignard. A única exposição do grupo, realizada no Diretório Acadêmico da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, é fechada por alunos conservadores e reinaugurada na Associação Brasileira de Imprensa - ABI. Em 1944, a convite do prefeito Juscelino Kubitschek (1902 - 1976), transfere-se para Belo Horizonte e começa a lecionar e dirigir o curso livre de desenho e pintura da Escola de Belas Artes, por onde passam Amilcar de Castro (1920 - 2002)Farnese de Andrade (1926 - 1996) e Lygia Clark (1920 - 1988), entre outros. Permanece à frente da escola até 1962, quando, em sua homenagem, esta passa a chamar-se Escola Guignard. Sua produção compreende paisagens, retratos, pinturas de gênero e de temática religiosa.



Jorge de Lima (1893 - 1953)

Jorge Mateus de Lima (União dos Palmares AL 1893 - Rio de Janeiro RJ 1953). Pintor, desenhista, ilustrador, escultor, poeta, romancista e professor. Conclui o curso de medicina no Rio de Janeiro, em 1914. Durante seus estudos, escreve e publica poemas em pequenos jornais, dentro e fora das escolas que freqüenta. Em 1921 é eleito Príncipe dos Poetas Alagoanos. Enquanto trabalha como professor de história natural e depois de literatura brasileira em colégios de Maceió, envolve-se com a política e ocupa os cargos de deputado e vereador. Inicia-se nas artes plásticas ilustrando o livro O Mundo do Menino Impossível no ano de 1927. Em 1931, muda-se para o Rio de Janeiro, onde exerce a medicina em seu próprio consultório - que também funciona como ateliê e local de reunião de artistas e intelectuais. Em 1939, aprimora-se em pintura freqüentando o ateliê da pintora Sylvia Meyer (1889 - 1955). Nesse mesmo ano, pinta a sua primeira tela Quadro com Mulher ou Mulher Sonhando. Em paralelo, continua dedicando-se à literatura e publica, entre outros, Poemas Escolhidos, 1932; o romance surrealista O Anjo, 1934;Tempo e Eternidade, 1935, dedicado a Ismael Nery (1900 - 1934); Quatro Poemas Negros, 1937; A Túnica Inconsútil, 1938; A Pintura em Pânico, álbum de fotomontagens com prefácio de Murilo Mendes (1901 - 1975), 1943; e Invenção de Orfeu, 1952. É homenageado com o Grande Prêmio de Poesia, em 1940, concedido pela Academia Brasileira de Letras - ABL. Após sua morte, o poema O Grande Circo Místico dá nome a um espetáculo de dança de Naum Alves de Souza (1942) e a um disco, incluindo músicas de Edu Lobo (1943) e Chico Buarque (1944), em 1983.


 Athos Bulcão (1918 - 2008)

Artista de muitas habilidades, Athos Bulcão, nascido em 1918 no Rio de Janeiro, se destacou em diversas áreas ao longo de sua carreira: pinturas, desenhos, gravuras, máscaras, fotomontagens, e o reconhecido trabalho de aliar sua arte à arquitetura de Brasília.
Ficou impressionado com a beleza natural da região onde estava sendo construída a cidade de Brasília. Na nova Capital, deixou a marca da sua elegância, sensibilidade, imaginação e vibração em mais de 200 obras.
Desenvolveu uma estética moderna do azulejo na paisagem, preferindo o abstrato em detrimento do figurativo. As obras de Bulcão, que podem ser vistas por aqueles que passeiam pela cidade, transformaram a Capital em um museu a céu aberto. Morreu em Brasília, em 31 de julho de 2008.
“Lembro que nos encontramos pela primeira vez no Café Vermelhinho do Rio. Ele colaborava com Portinari e eu iniciava a minha arquitetura. Depois veio Brasília e para lá seguimos. Tempos difíceis de desconforto e solidão. E durante muitos anos ali ficamos, e o Athos a colaborar e enriquecer meus projetos com seu enorme talento. Até com o teto da capelinha do Alvorada e na fachada do teatro ele colaborou. Quantas angústias e inquietações Brasília nos deu, sempre a sobrar tempo para rir um pouco, falar da vida, imaginar que um dia ela seria melhor para todos”. (Oscar Niemeyer, em artigo sobre Athos Bulcão)




Athos Bulcão
* Rio de Janeiro, RJ. 1918 d.C
+ Brasília, DF – 31 de Julho de 2008
“Artista eu era. Pioneiro eu fiz-me. Devo a Brasília esse sofrido privilégio. Realmente um privilégio: ser pioneiro. Dureza que gera espírito. Um prêmio moral”.

Pintor, escultor, decorador, desenhista, pintor e professor. Decidiu dedicar-se às artes plásticas em 1939, quando optou por abandonar a Faculdade de Medicina que estava cursando.
Athos Bulcão passou sua infância em Teresópolis.
Ele perdeu a mãe, Maria Antonieta da Fonseca Bulcão, de enfisema pulmonar, antes dos cinco anos e foi criado por seu pai, Fortunato Bulcão, amigo e sócio do escritor Monteiro Lobato. Em sua família, havia um interesse pela arte. Suas irmãs o levavam freqüentemente ao teatro, aos salões de artes, aos espetáculos de companhias estrangeiras e à ópera. Athos Bulcão, aos quatro anos, já ensaiava desenhos, porém só chegou às artes graças a uma série de acidentais e lances do acaso.
Ele foi amigo de alguns dos mais importantes artistas brasileiros modernos, como Jorge Amado, Burle Marx, Vinicius de Moraes, Fernando Sabino e Manuel Bandeira entre outros. Aos 21 anos, seus amigos o apresentaram a Candido Portinari, com quem trabalhou como assistente no mural de São Francisco de Assis na Pampulha anos depois.
Em 1943, Bulcão conheceu Oscar Niemeyer, que lhe encomendou um projeto para os azulejos externos do Teatro Municipal de Belo Horizonte. A obra ficou inacabada e o painel não foi realizado.
Em 1996, o artista recebeu do governo brasileiro a Ordem do Mérito Cultural, em cerimônia no Dia Internacional da Cultura. No mesmo ano, ele também recebeu o Diploma de Reconhecimento do Instituto dos Arquitetos do Brasil por sua obra em prol da arquitetura nacional.
No ano seguinte, ele ainda ganhou o título de Cidadão Honorário de Brasília, por iniciativa da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Em 1945 trabalhou como assistente de Candido Portinari – com quem, mais tarde estagiou durante seis meses no atelier do Rio de Janeiro – no painel de São Francisco de Assis da Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte.
m 1944, a convite de Niemeyer, inaugurou a nova sede do Instituto de Arquitetos do Brasil, no Rio de Janeiro, com uma exposição de desenhos.
Em 1948, recebeu uma bolsa de estudo do governo francês e viajou para a Europa, onde obteve Menção Honrosa em um concurso realizado na cidade universitária, em Paris. Foi um dos artistas escolhidos por Carlos Scliar para o álbum intitulado Cahjler n.1-10 Litographies d’artistes de L’Amérique Lattine.
Em 1958, mudou-se definitivamente para a capital brasileira. Estabeleceu uma parceria prolífica com o arquiteto João Filgueiras Lima, cujas obras eventualmente apresentam painéis criados por Athos.
As obras de Athos Bulcão estão presentes em vários espaços públicos da capital: na Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, no Parque da Cidade, no Palácio do Itamaraty, no Congresso Nacional, na Câmara Legislativa, na Universidade de Brasília, no Teatro Nacional, entre outros. Há mais de 200 obras de integração da arte à arquitetura espalhadas pela cidade.
“Athos Bulcão chegou em Brasília com a equipe de Oscar Niemeyer, adotou a cidade, e nela permanece produzindo trabalhos de integração da arte com a arquitetura. (…) Os azulejos e os painéis de integração fazem parte do acervo da humanidade, não só por estarem em Brasília – Patrimônio Cultural da Humanidade -, mas porque Athos Bulcão é um artista com grande sensibilidade para intervenções em espaços públicos, produzindo obras que se incorporam harmonicamente à paisagem e estão acessíveis a qualquer cidadão. Além de azulejos e painéis, pinturas, desenhos, objetos, máscaras, fotomontagens, cenários para teatro e artes gráficas fazem parte da arte de Athos Bulcão”.
Como desenhista gráfico fez as ilustrações de vários livros e revistas literárias. Fez ainda cenários para peças de teatro como Tia Vânia (de Tchekov) e o Dilema de um Médico (de Bernard Shaw), além de trabalhar serviço de Documentação do Ministério da Educação e Cultura, entre 1951 e 1958.
Athos Bulcão – Desenho
Como escultor, trabalha desde 1955 realizando obras de integração arquitetônica, algumas complementares para prédios projetados por Oscar Niemeyer, Helio Uchoa, Sergio Bernandes e Israel Correira, entre outros arquitetos.
Painel no Palácio do Itamaraty – Brasília
Grande parte de seus trabalhos encontra-se em Brasília, com obras no Palácio da Alvorada, Brasília Palace Hotel, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Igrejinha, Palácio Itamarati (Painel do auditório), Teatro Nacional, Restaurante da Torre de Televisão, Hospital Sara Kubitschek, Igreja Episcopal de Brasília, Banco do Brasil e Catedral de Brasília.
Como professor, lecionou no Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília e, 1969, recebeu o título de Sócio-Benemérito do Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil.
Faleceu aos 90 anos de idade no Hospital Sarah Kubitschek da Asa Sul em Brasília, devido a complicações do mal de Parkinson.

Athos Bulcão: o artista de Brasília
Site da Fundação Athos Bulcão
Um dos nomes mais conhecidos da história de Brasília completará 90 anos no próximo dia 02 de julho. Athos Bulcão, o artista múltiplo e símbolo da capital federal, nasceu no Rio de Janeiro, no bairro do Catete em 1918, mas passou a infância em Teresópolis, na região serrana do Rio. Por terem perdido a mãe ainda crianças, Athos e seus três irmãos (Dalila, Mariazinha e Jayme) foram criados pelo pai, Fortunato. A partir de então, a vida de Athos começou a se aproximar definitivamente da arte. Na infância rascunhava alguns desenhos e já demonstrava grande interesse pelas formas geométricas. Com as irmãs, começou a freqüentar teatros, o Salão de Artes, espetáculos e grandes óperas, mas somente decidiu se dedicar integralmente às artes plásticas em 1939, quando abandonou o curso de Medicina.
Athos dividiu bons momentos com alguns dos mais importantes artistas brasileiros modernistas, como Jorge Amado, Carlos Scliar, Enrico Bianco, Burle Marx, Pancetti, Milton Dacosta, Vinicius de Moraes, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Ceschiatti e Manuel Bandeira.
Conheceu Portinari e, com ele, trabalhou como assistente no Mural São Francisco de Assis, na Pampulha, e pôde fazer um verdadeiro e intensivo aprendizado em cores.
Talvez por isso o artista nunca acreditou em inspiração. Para ele, a arte é fruto de talento e de muito trabalho. “Arte é cosa mentale”, diz, ao citar o pintor Leonardo da Vinci.
Mais do que um artista plástico, Athos é um homem de um silêncio encantador e que fala com os olhos. Um brasileiro nato que acredita no Brasil e merece não só homenagens, mas gratidão por ter dedicado meio século da sua vida a capital do Brasil.

Principais Exposições
1941 – Salão Nacional de Belas Artes – Seção de Arte Moderna – RJ.Medalha
isenção de júri em Desenho e Pintura.
1944 – Primeira exposição individual (Desenho). Sede do IAB/RJ.
1946 – Individual de Pintura. Sede do IAB/RJ.
1948 – Individual de Pintua/RJ.
1949 – Coletiva na Maison de I?Amérique Latine Paris.
1962 – Salão Nacional de Brasílis.
1967 – Individual de Pintura no Hotel Nacional, Brasília/DF.
1975 – Exposição “Máscaras e Relevos Policromados”. Galeria Múltipla
Ambientação, Brasília/DF.
1984 – Individual de Pintura. Galeria Saramenha/RJ. Apresenteção de Marcus
Lontra.
1985 – Rubem Valentim e Athos Bulcão. Galeria Performance, Brasília/DF.
1987 – Individual de Pintura. Galeria Espaço Capital, Brasília/DF.
Individual de Pintura. Galeria Saramenha/RJ. Apresentação de Paulo
Herkenhoff.
1988 – Coletiva “Artistas pela Matureza”. Org. Bené Fonteles. Cuiabá/MT.
1989 – Coletiva de Pintura. II FLAAC, Brasília/DF.
Coletiva de Pintura. Galeria Tina Zapoli, Porto Alegre/RS.
Individual de “Máscaras . Galeria Mônica Figueiras, São Paulo/SP. Apresentação de Casimiro Xavier de Mendonça
1990 – Individual de “Máscaras”, Galeria Corpo, Belo Horizonte/MG.
Coletiva “Armadilhas Indígenas”. MASP, São Paulo/SP.
Coletiva Brasília 30 anos . Galeria Performance, Brasília/DF.
Apresentação de Marcus Lontra.
Coletiva “Arte Brasília”. Museu de Arte de Brasília.
Coletiva. Caixa Econômica Federal, Brasília/DF.
Coletiva “8 de Brasília”. Museu de Arte MODERNA, São Paulo/SP.
Coletiva “8 de Brasília”. Museu de Arte de Brasília, Brasília/DF.
Coletiva de Pintores de Brasília “Arte y Magia”. Embaixada do Brasil.
Centro de Estudos Brasileiros, Assunção/Paraguai.
1991 – Coletiva “Artistas pela Natureza”. Org. Bené Fonteles, Cuiabá/MT.
Coletiva “A Arte de Reciclar”. Org. Bené Fonteles. IBGE, Brasília/DF.
1992 – Coletiva “Branco Dominante”. Org. Cassimira Xavier de Mendonça.
Galeria São Paulo. São Paulo/SP.
Individual “Pinturas e Máscaras”. Apresentação Roberto Pontual, Galeria Saramenha, Rio de Janeiro/RJ.
Individual “Projetos e Painéis”, Instituto de Arquitetos do Brasil, Rio de Janeiro/RJ.
Coletiva “Projeto Imane”. Org. Bené Fonteles. Galeria Athos Bulcão, Brasília/DF.
1993 – Retrospectiva da obra de Athos Bulcão. Lançamento da Fundação Athos Bulcão. Brasília/DF.
“Paixão do Olhar”, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro/RJ.
“A Caminho de Niterói”, Coleção João Satamini. Paço Imperial, Rio de Janeiro/RJ.
Panorama da Arte Atual Brasileira, Museu de Arte Moderna, São Paulo/SP.
Coletiva “3 Artistas” – Athos Bulcão, Rubem Valentim, Tomie Ohtake”,
Espaço Cultural 508 Sul, Brasília/DF.
1994 – “Bienal Brasil Século XX”, Fundação Bienal de São Paulo, São Paulo/SP
Títulos e Homenagens
‘Sócio Benemérito do Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil “pelo alto nível de seu trabalho pela integração das artes plásticas na arquitetura” (1969)
Membro do Conselho Nacional de Artes Plásticas, representando o Centro Oeste (1981 a 1983)
Ordem Rio Branco no grau oficial (1989)
Medalha “Mérito Alvorada” do Governo do Distrito Federal (1990)
Comendador da Ordem do Mérito Cultural do Distrito Federal (1990)
Presidente de Honra do Museu de Arte de Brasília (1992)
Lançamento da Fundação Athos Bulcão, em cerimônia realizada no Palácio do IItamaraty (1993)
Prêmio “Fundação Luis Estevão” pelo conjunto de sua obra (1994)
Comendador da Ordem do Mérito Cultural, Presidencia da República (1996)

Principais Publicações Sobre A Obra
ART IN LATIN AMERICA ARCHITECTURE, Reinhold Pub. Corporation, 1963, pgs. 120 a 123
ATHOS BULCÃO – INTÉGRATION ARCHITETURALE, Ed. Roisseau, 1973, Genebra
NIEMEYER, Les Editions Alphabet, Belmont sur Lausanne, 1977, pgs.186 a 190
OSCAR NIEMEYER, Ed. 
Almed Ltda., São Paulo, 1985, pgs.152 a 163
AZULEJARIA CONTEMPORÂNEA NO BRASIL, Ed.Publicações e Comunicações, 1988, São Paulo, Cap. VII, pgs. 113 a 123
ARTISTAS DO MURALISMO BRASILEIRO, Volkswagen do Brasil, 1988, pgs. 43 a 62
INTEGRAÇÃO DAS ARTES – MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA, Projeto Ed. Ltda., 1990, pgs. 26 a 31
REVISTA PROBJETO n.142, 1991, pgs. 39 a 40
ALCIDES ROCHA MIRANDA – Caminho de um arquiteto, Lélia Coêlho Frota, 1993, citação à obra


 Hélio Oiticica (1937-1980)

Hélio Oiticica (Rio de Janeiro RJ 1937 - idem 1980). Artista performático, pintor e escultor. Inicia, com o irmão César Oiticica, estudos de pintura e desenho com Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, em 1954. Nesse ano, escreve seu primeiro texto sobre artes plásticas; a partir daí o registro escrito de reflexões sobre arte e sua produção torna-se um hábito. Participa do Grupo Frente em 1955 e 1956 e, em 1959, passa a integrar o Grupo Neoconcreto. Abandona os trabalhos bidimensionais e cria relevos espaciais, bólides, capas, estandartes, tendas e penetráveis. Em 1964, começa a fazer as chamadas Manifestações Ambientais. Na abertura da mostra Opinião 65, no MAM/RJ, protesta quando seus amigos integrantes da escola de samba Mangueira são impedidos de entrar, e é expulso do museu. Realiza, então, uma manifestação coletiva em frente ao museu, na qual os Parangolés são vestidos pelos amigos sambistas. Participa das mostras Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira, apresentando, nesta última, a manifestação ambiental Tropicália. Em 1968, realiza no Aterro do Flamengo a manifestação coletiva Apocalipopótese, da qual fazem parte seus Parangolés e os Ovos, de Lygia Pape. Em 1969, realiza na Whitechapel Gallery, em Londres, o que chama deWhitechapel Experience, apresentando o projeto Éden. Vive em Nova York na maior parte da década de 1970, período no qual é bolsista da Fundação Guggenheim e participa da mostra Information, no Museum of Modern Art - MoMA. Retorna ao Brasil em 1978. Após seu falecimento, é criado, em 1981, no Rio de Janeiro o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar, analisar e divulgar sua obra, dirigido por Lygia Pape, Luciano Figueiredo e Waly Salomão. Entre 1992 e 1997, o Projeto HO realiza grande mostra retrospectiva, que é apresentada nas cidades de Roterdã, Paris, Barcelona, Lisboa, Mineápolis e Rio de Janeiro. Em 1996, a Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro funda o Centro de Artes Hélio Oiticica, para abrigar todo o acervo do artista e colocá-lo à disposição do público. Em 2009 um incêndio na residência de César Oiticica, destrói parte do acervo de Hélio Oiticica.

Comentário Crítico
Hélio Oiticica é um artista cuja produção se destaca pelo caráter experimental e inovador. Seus experimentos, que pressupõem uma ativa participação do público, são, em grande parte, acompanhados de elaborações teóricas, comumente com a presença de textos, comentários e poemas. Pode-se, de acordo com o crítico Celso Favareto,1 identificar duas fases na obra de Oiticica: uma mais visual, que tem início em 1954 na arte concreta e vai até a formulação dos Bólides, em 1963, e outra sensorial, que segue até 1980.
Seu avô José Oiticica, filólogo e anarquista, influencia sua formação. Por opção familiar, não frequenta escolas na infância. Recebe educação formal a partir de 1947, quando seu pai, o fotógrafo e docente da Faculdade de Medicina e do Museu Nacional da Universidade do Brasil, José Oiticica Filho, ganha bolsa da Fundação Guggenheim e a família se transfere para Washington D.C.
Ao voltar para o Brasil, Hélio Oiticica inicia, em 1954, estudos de pintura com Ivan Serpa, noMuseu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ. Essas aulas são essenciais porque possibilitam a Oiticica o contato com materiais variados e liberdade de criação. Em 1957, inicia a série de guaches sobre papel denominada, nos anos 1970, Metaesquemas. Segundo Oiticica, essas pinturas geométricas são importantes por já apresentar o conflito entre o espaço pictórico e o espaço extra-pictórico, prenunciando a posterior superação do quadro.
Com as Invenções, de 1959, o artista marca o início da transição da tela para o espaço ambiental, o que ocorre nesse ano com os Bilaterais - chapas monocromáticas pintadas com têmpera ou óleo e suspensas por fios de nylon - e os Relevos Espaciais, suas primeiras obras tridimensionais. Nessa época produz textos sobre seu trabalho, sobre a arte construtiva e as experiências de Lygia Clark. Embora não tenha participado da 1ª Exposição Neoconcreta nem assinado o Manifesto Neoconcreto, em 1960 participa da 2ª Exposição Neoconcreta no Rio de Janeiro e pensa sua produção em relação à Teoria do Não-Objeto, de Ferreira Gullar.
Em 1960, cria os primeiros Núcleos, também denominados Manifestações Ambientais e Penetráveis, placas de madeira pintadas com cores quentes penduradas no teto por fios de nylon. Neles tanto o deslocamento do espectador quanto a movimentação das placas passam a integrar a experiência. Em continuidade aos projetos, Oiticica constrói, em 1961, a maquete do seu primeiro labirinto, o Projeto Cães de Caça, composto de cincoPenetráveis, o Poema Enterrado, de Ferreira Gullar, e o Teatro Integral, de Reynaldo Jardim. É uma espécie de jardim em escala pública para a vivência coletiva que envolve tanto a relação com a arquitetura quanto com a natureza. A maquete é exposta, no mesmo ano, no MAM/RJ, com texto de Mário Pedrosa, mas a obra nunca chega a ser construída. Até esse período sua obra é primordialmente visual. O espectador está presente nosNúcleos, mas há um desenvolvimento dessa questão com suas primeiras estruturas manuseáveis, os Bólides - recipientes que contêm pigmento - resultado, em 1963, da vontade de dar corpo à cor e acrescentar à experiência visual outros estímulos sensoriais.
No fim da década de 1960 é levado pelos colegas Amilcar de Castro e Jackson Ribeiro a colaborar com a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Envolve-se com a comunidade do Morro da Mangueira e dessa experiência nascem os Parangolés. Trata-se de tendas, estandartes, bandeiras e capas de vestir que fundem elementos como cor, dança, poesia e música e pressupõem uma manifestação cultural coletiva. Posteriormente a noção de Parangolé é ampliada: "Chamarei então Parangolé, de agora em diante, a todos os princípios formulados aqui [...]. Parangolé é a antiarte por excelência; inclusive pretendo estender o sentido de 'apropriação' às coisas do mundo com que deparo nas ruas, terrenos baldios, campos, o mundo ambiente enfim [...]".
Em 1967, as questões levantadas com o Parangolé desembocam nas Manifestações Ambientais com destaque para as obras Tropicália, 1967, Apocalipopótese, 1968, e Éden1969. A Tropicália apresentada na exposição Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ, é considerada o apogeu de seu programa ambiental - é uma espécie de labirinto sem teto que remete à arquitetura das favelas e em seu interior apresenta um aparelho de TV sempre ligado. Depois que o compositor Caetano Veloso passa a usar o termo tropicáliacomo título de uma de suas canções, ocorrem diversos desdobramentos na música popular brasileira e na cultura que ficam conhecidos como tropicalismo.
O Projeto Éden - composto de Tendas, Bólides e Parangolés como proposições abertas para a participação e vivências individuais e coletivas - é apresentado em Londres em 1969, na Whitechapel Gallery. Considerada sua maior exposição em vida, é organizada pelo crítico inglês Guy Brett e apelidada de Whitechapel Experience. Com essa espécie de utopia de vida em comunidade, surge a proposição Crelazer, ligada à percepção criativa do lazer não repressivo e à valorização do ócio. Em 1970, na exposição Information realizada no Museum of Modern Art - MoMA em Nova York, Oiticica desenvolve a idéia dos Ninhoscomo células em multiplicação ligadas ao crescimento da comunidade. Depois de breve período no Rio de Janeiro, em 1970, ganha bolsa da Fundação Guggenheim e instala-se em Nova York, fazendo de suas residências grandes Ninhos.
Em Nova York, inicia os projetos ambientais chamados de Newyorkaises, entre eles alguns labirintos do programa Subterranean Tropicália Projects. Retoma os Parangolés, propondo seu uso no metrô da cidade, com ênfase não mais no samba, mas no rock. Nos anos 1970, escreve demonstrando sua admiração por astros pop - Jimi Hendrix, Janis Joplin, Yoko Ono, Mick Jagger e os Rolling Stones, entre outros. Insatisfeito com o cinema como espetáculo e a passividade do espectador, elabora Cosmococa - programa in progress. Trata-se de nove blocos, alguns feitos com o cineasta brasileiro Neville d'Almeida e Thomas Valentin, e outros como proposta para amigos, denominados quase-cinema. São basicamente filmes não narrativos, produzidos com base em slides e trilha sonora, projetados em ambientes especialmente criados para eles e com instruções para participação. Em Nova York, o artista inicia alguns filmes em Super-8, como o inacabadoAgripina é Roma Manhattan, entre dezenas de projetos de Penetráveis.
Volta ao Brasil em 1978 e participa de alguns eventos coletivos, como o Mitos Vadios, organizado pelo artista plástico Ivald Granato. No ano seguinte, organiza o acontecimento poético-urbano Caju-Kleemania, proposta para participação coletiva no bairro do Caju, no Rio de Janeiro. Em homenagem a Paul Klee, realiza o contrabólide Devolver a Terra à Terra, que consiste em trazer terra preta de um lugar e colocá-la numa fôrma quadrada sem fundo sobre uma terra de outra coloração. Em 1980, ano de sua morte, propõe o segundo acontecimento poético-urbano Esquenta pr'o Carnaval, no Morro da Mangueira.

Notas
FAVARETTO, Celso. A Invenção de Hélio Oiticica. São Paulo: Edusp, 1992. p. 49.
2 OITICICA, Hélio. Aspiro ao grande labirinto. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 79.

Lygia Clark (1920-1988)

Lygia Pimentel Lins (Belo Horizonte MG 1920 - Rio de Janeiro RJ 1988). Pintora, escultora. Muda-se para o Rio de Janeiro, em 1947, e inicia aprendizado artístico com Burle Marx (1909-1994). Entre 1950 e 1952, vive em Paris, onde estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973). De volta para o Brasil, integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973). É uma das fundadoras doGrupo Neoconcreto e participa da sua primeira exposição, em 1959. Gradualmente, troca a pintura pela experiência com objetos tridimensionais. Realiza proposições participacionais como a série Bichos, de 1960, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador. Nesse ano, leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos. Dedica-se à exploração sensorial em trabalhos como A Casa É o Corpo, de 1968. Participa das exposições Opinião 66 eNova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Reside em Paris entre 1970 e 1976, período em que leciona na Faculté d´Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne. Nesse período sua atividade se afasta da produção de objetos estéticos e volta-se sobretudo para experiências corporais em que materiais quaisquer estabelecem relação entre os participantes. Retorna para o Brasil em 1976; dedica-se ao estudo das possibilidades terapêuticas da arte sensorial e dos objetos relacionais. Sua prática fará que no final da vida a artista considere seu trabalho definitivamente alheio à arte e próximo à psicanálise. A partir dos anos 1980 sua obra ganha reconhecimento internacional com retrospectivas em várias capitais internacionais e em mostras antológicas da arte internacional do pós-guerra.

Comentário Crítico
Lygia Clark trabalha com instalações e body art. Em 1954, incorpora como elemento plástico a moldura em suas obras como, por exemplo, em Composição nº 5. Suas pesquisas voltam-se para a "linha orgânica", que aparece na junção entre dois planos, como a que fica entre a tela e a moldura. Entre 1957 e 1959, realiza composições em preto-e-branco, formadas por placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada a pistola, nas quais a linha orgânica se evidencia ou desaparece de acordo com as cores utilizadas.
Para a pesquisadora de arte Maria Alice Milliet, Lygia Clark é entre os artistas vinculados aoconcretismo, quem melhor compreende as relações espaciais do plano. A radicalidade com que explora as potencialidades expressivas dos planos, leva-a a desdobrá-los, como nos Casulos (1959), que são compostos de placas de metal fixas na parede, dobradas de maneira a criar um espaço interno. No mesmo ano, participa da 1ª Exposição Neoconcreta. O neoconcretismo define-se como tomada de posição com relação à arte concreta exacerbadamente racionalista e é formado por artistas que pretendem continuar atrabalhar no sentido da experimentação, do encontro de soluções próprias, integrando autor, obra e fruidor. Inicia, em 1960, os Bichos, obras constituídas por placas de metal polido unidas por dobradiças, que lhe permitem a articulação. As obras são inovadoras: encorajam a manipulação do espectador, que conjugada à dinâmica da própria peça, resulta em novas configurações. Em 1963, começa a realizar os Trepantes, formados por recortes espiralados em metal ou em borracha, como Obra-Mole (1964), que, pela maleabilidade, podem ser apoiados nos mais diferentes suportes ocasionais como troncos de madeira ou escada.
Sua preocupação volta-se para uma participação ainda mais ativa do público. Caminhando(1964) é a obra que marca essa transição. O participante cria uma fita de Moebius [August Ferdinand Moebius (1790-1868), matemático alemão]: corta uma faixa de papel, torce uma das extremidades e une as duas pontas. Depois a recorta no comprimento de maneira contínua e, na medida em que o faz, ela se desdobra em entrelaçamentos cada vez mais estreitos e complexos. Experimenta um espaço sem avesso ou direito, frente ou verso, apenas pelo prazer de percorrê-lo e, dessa forma, ele mesmo realiza a obra de arte. Inicia então trabalhos voltados para o corpo, que visam ampliar a percepção, retomar memórias ou provocar diferentes emoções. Neles, o papel do artista é de propositor ou canalizador de experiências. Por exemplo, em Luvas Sensoriais (1968) dá-se a redescoberta do tato por meio de bolas de diferentes tamanhos, pesos e texturas e em O Eu e o Tu: Série Roupa-Corpo-Roupa (1967), um casal veste roupas confeccionadas pela artista, cujo forro comporta materiais diversos. Aberturas na roupa proporcionam, pela exploração táctil, uma sensação feminina ao homem e à mulher uma sensação masculina. A instalação A Casa É o Corpo: Labirinto (1968) oferece uma vivência sensorial e simbólica, experimentada pelo visitante que penetra numa estrutura de 8 metros de comprimento, passando por ambientes denominados "penetração", "ovulação", "germinação" e "expulsão".
Entre 1970 e 1975, nas atividades coletivas propostas por Lygia Clark na Faculté d'Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, a prática artística é entendida como criação conjunta, em transição para a terapia. Em Túnel (1973) as pessoas percorrem um tubo de pano de 50 metros de comprimento, onde às sensações de claustrofobia e sufocamento contrapõe-se a do nascimento, por meio de aberturas no pano, feitas pela artista. JáCanibalismo e Baba Antropofágica (ambos de 1973) aludem a rituais arcaicos de canibalismo, compreendido como processo de absorção e de ressignificação do outro. No primeiro acontecimento, o corpo de uma pessoa deitada é coberto de frutas, devoradas por outras de olhos vendados; e, no segundo, os participantes levam à boca carretéis de linha, de várias cores e lentamente os desenrolam com as mãos para recobrir o corpo de uma pessoa que está deitada no chão. No final, todos se emaranham com os fios. A partir de 1976, dedica-se à prática terapêutica, usando Objetos Relacionais, que podem ser, por exemplo, sacos plásticos cheios de sementes, ar ou água; meias-calças contendo bolas; pedras e conchas. Na terapia, o paciente cria relações com os objetos, por meio de sua textura, peso, tamanho, temperatura, sonoridade ou movimento. Eles permitem-lhe reviver, em contexto regressivo, sensações registradas na memória do corpo, relativas a fases da vida anteriores à aquisição da linguagem.
A poética de Lygia Clark caminha no sentido da não representação e da superação do suporte. Propõe a desmistificação da arte e do artista e a desalienação do espectador, que finalmente compartilha a criação da obra. Na medida em que amplia as possibilidades de percepção sensorial em seus trabalhos, integra o corpo à arte, de forma individual ou coletiva. Finalmente, dedica-se à prática terapêutica. Para Milliet, a artista destaca-se sobretudo por sua determinação em atravessar os territórios perigosos  da arte e da terapia.